quinta-feira, 28 de outubro de 2010

VERGONHA...

Lula deve manter Battisti no País e poupar sucessor
Presidente quer limpar a pauta de situações constrangedoras ou polêmicas, a fim de que não sobrem para o eleito pendências de sua responsabilidade
28 de outubro de 2010 | 0h 00
- O Estado de S.Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai decidir o futuro do ex-ativista italiano de esquerda Cesare Battisti antes da posse do seu sucessor, em 1.º de janeiro. Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália, sob acusação de ter cometido quatro assassinatos nos anos 1970.

De acordo com informações de bastidor do Palácio do Planalto, com a decisão, que tende a ser pela manutenção de Battisti no Brasil, Lula evitará constranger o futuro presidente com uma decisão que deveria ser sua e que não foi tomada mesmo estando autorizado a fazê-la há quase um ano.

Em novembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição de Battisti à Itália, depois de insistentes pedidos e até de recursos à corte por parte do governo daquele país. A decisão se deu por 5 votos a 4. Mas os ministros acrescentaram, na decisão, que a palavra final caberia ao presidente da República.

Desde então, Lula tem ignorado o problema. Agora, conforme auxiliares, ele quer limpar de situações constrangedoras ou polêmicas o terreno do próximo presidente, para que o eleito - seja Dilma Rousseff ou José Serra - não tenha de perder o tempo do início do governo resolvendo pendências que pertenciam ao governo passado.

Na decisão que tomou em novembro, o STF concluiu que o refúgio concedido ao italiano pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, foi irregular. Battisti está preso na Penitenciária de Brasília desde 8 de março de 2007, acusado de portar documentos falsos.

Os advogados de Battisti acreditam que, se Lula conceder o asilo, no mesmo ato deverá definir a situação jurídica do refugiado. Nesse caso, dando-lhe a liberdade e estabelecendo as regras que ditam a vida de uma pessoa nessas condições: evitar participar de atividade política e não se envolver em questões que possam afetar as relações diplomáticas entre Brasil e Itália.

Ainda conforme informações do Planalto, a recusa na deportação confirmaria uma tradição brasileira, de conceder o asilo político. Há, ainda, a informação de que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, teria dito a Lula que não se importa com a decisão a ser tomada, mesmo que seja a de manter Battisti em solo brasileiro.

Outro fato que deverá influenciar a decisão de Lula - caso ele opte mesmo por manter Battisti no Brasil - é o entendimento do Supremo de que, apesar de condenado à prisão perpétua, a Itália não poderá manter o ex-ativista preso por tempo superior a 30 anos, pena máxima prevista pela legislação brasileira.

Essa poderá ser a principal saída para Lula do ponto de vista jurídico. O tratado bilateral de extradição assinado entre Brasil e Itália, em 1989, estabelece que a autoridade de cada um dos países não pode se recusar a entregar as pessoas "que sejam procuradas pelas autoridades judiciárias da parte requerente".

Na Itália, o ex-ativista, membro do grupo Proletários Armados para o Comunismo, foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos cometidos no final da década de 1970. Battisti sempre negou envolvimento com os crimes.


PARA LEMBRAR

O ativista italiano Cesare Battisti é acusado de 4 assassinatos na Itália, de onde fugiu em 1981. Em 2004 ele chegou ao Brasil. Foi preso em 2007 no Rio por falsificação de documentos. No mesmo ano, a Itália pediu sua extradição. O ministro da Justiça concedeu refúgio ao italiano, mas o caso foi para o STF que autorizou a extradição, mas deixou a decisão final para o presidente Lula...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma questão de caráter
22 de outubro de 2010 | 0h 00

- O Estado de S.Paulo
Na reta final do segundo turno da eleição presidencial a baixaria se generaliza. É impossível determinar até que ponto o lamentável rebaixamento do nível do que deveria ser um debate político esclarecedor deve-se à ação direta dos comandos das campanhas.
Certamente, boa parte dessa guerra suja pode ser debitada à iniciativa irresponsável de militantes extremamente agressivos, de ambos os lados, que, principalmente pela internet, lançam mão das mais torpes mentiras para atacar os adversários. Mas há também o horário gratuito na mídia eletrônica, que nos últimos dias vem sendo usado cada vez mais para veicular ataques e acusações. E assim, tudo considerado, não há como eximir de culpa os responsáveis pela condução das campanhas. É tudo muito lamentável e a constatação a que se acaba chegando, com benevolência, é a de que este é, infelizmente, o tributo que se paga à imaturidade política e à fragilidade dos valores democráticos da sociedade brasileira - problemas que muitos julgavam já superados. Somos, portanto, todos responsáveis.
A responsabilidade, porém, deve ser atribuída com peso proporcional à importância de cada um dos atores da cena política. E é aí que assoma o triste papel que vem desempenhando - na verdade, desde sempre - o presidente da República. Lula, que é, reconhecidamente, quem dá o tom da campanha da candidata do PT, não hesita em partir para a agressão sempre que se vê contrariado. E não mede palavras quando parte para o ataque. Nada mais natural, portanto, que seu exemplo de agressividade seja seguido pelos militantes petistas. Até com agressão física, como a que ocorreu em Campo Grande, no Rio de Janeiro, contra o candidato tucano José Serra.
Depois do susto do primeiro turno, o homem que se considera o inventor do Brasil resolveu partir para o tudo ou nada contra aqueles que elegeu como seus principais inimigos: a oposição e a imprensa. Na verdade, ele gosta de achar que uma e outra são a mesma coisa, mas isso faz parte da tática de confundir para dominar.
Na entrega dos prêmios "As empresas mais admiradas do Brasil", ao qual compareceu a convite da revista semanal promotora do evento, Lula pontificou: "Enquanto a classe política não perder o medo da imprensa, a gente não vai ter liberdade de imprensa neste país. A covardia é muito grande." Pouco lisonjeiro para a "classe política", certamente. Mas qual será o significado real dessa exortação? Mais uma ameaça à imprensa que não lhe rende loas? De fato, Lula tem uma visão muito peculiar de qual deva ser o papel dos veículos de comunicação. Foto e exaltação a Dilma Rousseff na capa do jornal da CUT pode. Crítica ao PT na capa da revista Veja é "acinte à democracia e uma hipocrisia". A indignação do presidente parece resultar de que boa parte dos jornais, revistas, rádios e televisões se nega a atender ao pouco que ele pede: "A única coisa que quero que digam é a verdade. Sejam contra ou a favor, mas digam a verdade." Mas, quando cada um tem a sua própria verdade, Lula quer que fiquemos sempre com a dele.
Por exemplo, em comício realizado dias atrás em Goiânia, ao lado de sua escolhida para governar o Brasil, Lula ensinou: "Política a gente não pode fazer com ódio, com agressão. Ninguém aguenta mentira. Não tem nada pior do que um político mau caráter, alguém que não colocou um trilho na ferrovia dizer que ele fez a ferrovia", disse, referindo-se ao candidato ao governo de Goiás Marconi Perillo.
Claro que não se dá conta de que, partindo para a xingação pura e simples, está liberando os seus "balilas" do Rio de Janeiro para a agressão física. Em caso algum se pode admitir que um presidente da República insulte adversários políticos do alto de um palanque eleitoral. No caso de Lula, porém, a coisa é mais grave, considerando-se que se cercando das companhias de que se cercou para constituir maioria no Congresso, que autoridade moral tem para acusar alguém de mau-caratismo?
Como cidadão, Luiz Inácio Lula da Silva tem o direito de tomar partido no processo de sua sucessão - até inventando, como fez, a candidata. Como presidente, tem o dever de se comportar com a dignidade e a moderação que seu cargo exige. Não faz isso, por uma questão de caráter


http://www.estadao.com.br/estadaodehoje//not_imp628220,0.php

ELOGIO DA VAGABUNDAGEM

ELOGIO DA VAGABUNDAGEM
Data 21/10/10 às 16:40 h

Eu tenho bronca do presidente, sim. Antes não tinha. Achava-o apenas sujo, mal lavado, ignorante, boçal, troglodita, inconveniente, atrevido, insolente, mentiroso etc. etc. etc., porém eu punha estas arestas na conta de sua biografia e mudava de canal. Não conseguia compreender como nem por quê a CNBB, a OAB e uma parte da imprensa incensavam aquela pessoa e a transformavam num mito.

Quando estourou o caso LURIAN eu acrescentei no meu caderninho: irresponsável. Um dia Leonel Brizola, derrotado no primeiro turno de uma eleição presidencial, em face da ameaça da eleição de Collor, preconizou o voto útil e mandou que a militância do PDT tapasse o nariz e votasse no sapo barbudo. Eu era presidente do PDT de Uberlândia e admirava Brizola, mas não consegui atender ao seu pedido. A caricatura do sapo barbudo ficou para sempre desenhada no seu portfolio político. Indelével. Num País de grande oradores políticos, aquele exaltado cidadão era apenas um ator da comédia bufa que sabia de cor duas ou três frases de efeito. A informação “aposentado por invalidez” por causa do dedo mindinho sempre me pareceu intriga da direita e eu nunca a apurei. Apenas anotei no meu caderninho, mais uma vez, o fato curioso de ele estar sempre desocupado. Eu havia repassado 300 alunos por dia, dobrando turno na escola estadual de MG, durante 32 anos, para chegar a uma aposentadoria menor do que um salário mínimo. De onde saíra aquele Messias fabricado?

O tempo não só confirmou o que eu pensava como, infelizmente, acrescentou outras considerações desabonadoras. Investido do cargo e dos poderes inerentes e decorrentes do cargo, ele botou as unhas de fora e se revelou por inteiro. Lerdo, esquecido, cego, mudo, mal acompanhado, arrogante, intrometido, globe-trotter contumaz e exigente, inconveniente, inoportuno, desrespeitoso, metido a engraçado, mal assessorado nos assuntos internos e externos, ele foi dizendo patacoadas que caíram na alma da gigantesca camada de brasileiros e brasileiras pobres de grana e pobres de espírito. Estes cidadãos, das camadas de E a Z, se contentaram com cestas, bolsas, vales, tíquetes, esmolas, enfeitadas com bandeiras, marchas messiânicas, quebra-quebra, invasões, saques, desordem generalizada. O cargo lhe deu imunidade e impunidade e ele, generoso, repassou estes benefícios aos desordeiros e aos amigos mais próximos.

Estamos vivendo tempos modernos, preocupantes. Nos últimos cinco anos eu, que não sou ninguém no contexto nacional, viúva, acumulo treze BOs (Boletins de Ocorrência Policial ) com registro de assaltos a mão armada e grandes prejuízos materiais na minha pequena fazenda em Uberlândia, onde resido. Pago/jogo fora, mais de 50% do movimento da minha atividade, para cumprir as exigências da escorchante carga tributária do atual governo. Eu era classe média, agora não sei mais o que sou. E, o que é pior, não tenho sossego para viver nem trabalhar. Nem eu nem meus companheiros de atividade agropecuária. Em nome da reforma agrária uma grande baderna tomou conta da zona rural e ensejou a formação de gangues intocáveis, mantidas com rubricas polpudas de dinheiro público. O documento cartorial de propriedade privada perdeu a validade. O governo inventou índices inatingíveis de produtividade para configurar a improdutividade da terra e justificar o vandalismo dos seus apaniguados. E deixou a abóbora alastrar.

A corte da saparia coacha alto, voa pelo mundo numa suntuosa aeronave presidencial, mete a colher de pau onde não foi chamada, conta piada, faz sucesso no exterior, entretanto não sabe qual é o estoque regulador de alimentos de que dispomos. Não é capaz de mapear a produção. Não nos garante preço mínimo. Não cuida das estradas nem dos portos e aeroportos e vende mal nossas super safras de tudo, nossos minérios, nossos quilowatts de energia hidrelétrica limpa e não renovável.

Nos últimos anos o Brasil conheceu a desesperadora realidade do desemprego. Chegamos a crescer abaixo de ZERO. Quem estava empregado, caiu na informalidade. As estradas estão repletas de acampamentos de sem-terra. Invadem à-toa, apenas para vender aquele chão que nada lhes custou e depois invadir outra propriedade, para vendê-la também. É a Imobiliária MST-MLST, especialista em assentamento improdutivo, parceira e tutelada pelo INCRA desde a primeira invasão. São párias sociais, abandonados. Sem agrônomos, sem sementes, sem mandalas, sem carteira assinada, sem financiamento, vivendo de bicos e de pequenos delitos na vizinhança. Nas horas vagas engrossando o contingente de invasores em novas propriedades. Eu nunca ouvi o presidente dizer uma palavra a respeito desta conflagração nacional.

Neste momento a carteira de trabalho se tornou dispensável no Brasil, sabe por quê? Porque o emprego estável prejudica o recebimento da bolsa-esmola. O presidente milagroso catapultou 34 milhões (?) de miseráveis e, com dez quilos de arroz e um quilo de fubá, os instalou na classe média. Agora a candidata chapa-branca promete erradicar o restante da pobreza em quatro anos. É um delírio!

São oito anos de caos moral e ético no País. Nada completamente novo, que o Brasil nunca tivesse praticado. Aliás nossa história política tem raros momentos de decência e escassos cidadãos ilibados. O fato novo é a escancarada intervenção do presidente em defesa de sua gangue, vociferando contra a imprensa, a justiça, o congresso, a Constituição, a sociedade civil organizada. E agora, no apagar das luzes, ei-lo travestido de garoto-propaganda em tempo integral, usando com naturalidade todos os mecanismos do governo para empurrar goela abaixo uma candidata que não tem luz própria, nem é petista, que ouviu a galinha cantar, mas não sabe cadê o ovo. Uma gordinha inimiga das instituições desde quando era de-menor. Bonitinha, é verdade, mas beleza não põe mesa.

Uma campanha messiânica começa a rotular a pupila do Sr. Presidente com o codinome de MÃE. Aí já é demais! O desconfiômetro deles pulou a janela e virou a esquina. Nem daqui a 50 anos o Brasil conseguirá limpar da alma do nosso povo esta nódoa maligna de conformismo raivoso e vingativo que o sapo barbudo impingiu na alma das camadas E a Z. Alguém deles leu O PRÍNCIPE, de Maquiavel. Com certeza.

Antes havia pobres por aqui. Milhares. Miseráveis. Porém eles aspiravam a uma superação pessoal. Hoje eles se acomodaram, cruzaram os braços. Esperam que tudo lhes caia do céu. As cotas universitárias revitalizaram o apartheid. Ao invés de injetar recurso no ensino público, a máquina de sedução que vira voto criou o PROUNI e fez proliferar as faculdades medíocres. Num país sem planejamento familiar, a juventude superlota os presídios. A guerra fratricida faz trincheira em cada esquina. A classe A levanta as muralhas de seus condomínios fechados. A classe média paga imposto deduzido na fonte, tem plano de saúde e previdência privada.

Viver ficou perigoso demais. Caro demais.

O resto são 70% de brasileiros e brasileiras ingênuos que caíram no mais moderno conto do vigário: o do marketing político institucional. A estes lhes bastam, hoje, como na Roma Antiga, migalhas de pão e algum futebol, já que o circo também morreu.

Hoje eles se acomodaram Brizola jamais poderia suspeitar que ele faria do caçador de marajás seu líder no senado. Que o tesouro nacional acumularia montanhas de dólares obtidos de alíquotas e das taxas de juros mais altas do mundo. Hoje eles se acomodaram. Que a rede bancária nacional e internacional iriam ao paraíso. Que a poupança renderia 0,65% e os cartões de crédito chegariam a cobrar 12% ao mês, capitalizados, claro, o que dá nada menos de 389,59% ao ano...Quando menor a renda do financiado, maior o percentual de juros cobrado. O acesso da classe mais baixa ao crédito, portanto, só fez por aumentar os lucros fabulosos das financeiras, administradoras de crédito e demais sócios do clube da agiotagem.

Cinquenta anos para consertar esta mentira política talvez não sejam suficientes. Por tudo isto é que no dia 31 de outubro temos que comparecer em nossa sessão eleitoral e dizer um rotundo NÃO ao sapo barbudo. Se não for para ganhar a eleição, que seja para saber com certeza quantos somos, nós, que não perdemos a lucidez nem caímos no conto do vigário apregoado por um sapo que virou príncipe e que, de dentro do seu palácio e da sua nave espacial ultra sofisticada, fez, despudoradamente, dia após dia durante oito anos, O ELOGIO DA VAGABUNDAGEM.

Martha de Freitas Azevedo Pannunzio – CPF 394172806-78 - Uberlândia, é escritora, professora.

http://www.novoeste.com/index.php?page=articles&op=readArticle&id=1072&title=ELOGIO-DA-VAGABUNDAGEM

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

ouvir e viver...

Militante, só nestas eleições






Militante, só nestas eleições

6 de outubro de 2010 | 14h46

Ethevaldo Siqueira

Virei militante, só nestas eleições, nesta altura de minha vida. Com mais de 70 anos, simplesmente não me acomodei. Graças a Deus, tenho saúde e paixão pelo que faço. Meu ritmo de atividade ainda é intenso: trabalho de 10 a 12 horas por dia. Enquanto tiver saúde, não me aposentarei: quero morrer escrevendo. Nas últimas semanas, apenas mudei o conteúdo de trabalho.

Virei militante cívico e político, só nestas eleições, porque acredito na possibilidade de um novo Brasil. Por isso, arregaço as mangas para que esse sonho se realize. Não esperei de braços cruzados o resultado do primeiro turno destas eleições gerais nem vou esperar, sentado, a chegada do segundo turno. Virei militante. E vou dizer por quê.

Virei militante, só nestas eleições, para tentar impedir que o PT transforme o Brasil em sua propriedade exclusiva ou das piores oligarquias deste País. E para quem não sabe, confesso que tenho saudade daquele PT que vi nascer, que repudiava a corrupção. Não fui fundador do partido, mas gostava de sua proposta a ponto contribuir financeiramente para que ele se consolidasse em seus primeiros anos, como poderá testemunhar uma petista histórica, a jornalista Lia Ribeiro Dias. Aquele PT, puro e idealista, morreu, corrompido pela sede de poder. Muito antes da saída de Hélio Bicudo, de Ferreira Gular, de Plínio Sampaio e de tantos outros, eu já havia me desencantado com o PT, com seu oposicionismo cheio de ódio e de hipocrisia, até os anos 1990. Depois da vitória de 2002, tudo mudou. A partir do mensalão, em 2005, eu concluí que esse partido não é igual aos demais: é muito pior.

Virei militante, só nestas eleições, com o propósito único e claro de obter mais alguns votos para José Serra. Mesmo que seja apenas meia dúzia de votos. Para consegui-lo, tenho falado, desde o primeiro turno, com dezenas de amigos, vizinhos, gente conhecida e desconhecida, dos mais próximos aos mais distantes, sem brigar, sem ofendê-los, apenas mostrando fatos e pedindo que reavaliem as razões de seu impulso inicial em favor de Dilma. Faça o mesmo, meu amigo. Consiga mais meia dúzia de votos. Assim, a vitória de Serra não será apenas possível ou provável: será certa.

Virei militante, só nestas eleições, nesta altura de minha vida, para levar minha palavra a todos os brasileiros que considero honestos, idealistas e patriotas, para que eles conheçam melhor e consolidem sua preferência por Serra. Batalhei no primeiro turno e tenho certeza de que ajudei a eleger alguns candidatos de ficha absolutamente limpa, para governador, deputados estaduais, deputados federais e senador. Distribuí santinhos e até colinhas completas, depois de horas de doutrinação, sem brigar nem coagir ninguém, dialogando com todos que “têm ouvidos de ouvir”.

Virei militante, só nestas eleições, porque só penso no Brasil. Já vivi bastante e não tenho ambições ou aspirações políticas. Quero apenas morrer num país realmente democrático, um país mais justo e mais desenvolvido do que o de hoje. A todos que me perguntam que “outras razões” teria eu para tanto empenho, digo-lhes ainda que não tenho reivindicações corporativas, não ambiciono cargos, nem concessões estatais, nem favores de qualquer espécie.

Virei militante, só nestas eleições, para que o Brasil seja conduzido por um presidente da República experiente, sério, capaz, culto e, principalmente, por seu passado absolutamente limpo, sem qualquer envolvimento em corrupção ou negociatas.

Virei militante, só nestas eleições, para que o Brasil se transforme um dia nesse país de meus sonhos. Como já disse noutro artigo, quero viver em um Brasil onde o bandido não tenha mais direito nem mais proteção do que suas vítimas. Quero viver num país sem impunidade, sem leis bastardas que reduzem sempre e cada vez mais as penas dos piores delinquentes, em progressões vergonhosas, para que o criminoso mais cruel volte logo a matar, roubar e estuprar. Um país com leis duras e implacáveis com todos os corruptos e prevaricadores. Um país que não faça valer os direitos humanos apenas em benefício de assassinos, ladrões e malfeitores.

Virei militante, só nestas eleições, porque tenho certeza de que José Serra, como presidente da República dará tratamento prioritário à educação e valorizará o professor e a criança. Porque, com ele, o País investirá muito mais em pesquisa, em ciência, em saúde pública, em preservação da natureza e no desenvolvimento sustentável. Porque este País irá privilegiar o mérito, o trabalho, a honestidade, a dedicação, a fidelidade e o cumprimento dos deveres fundamentais do cidadão.

Virei militante, só nestas eleições, porque tenho certeza que Serra jamais ameaçará a liberdade de imprensa de meu País com mordaças, censura, ou supostos controles sociais.

Virei militante, só nestas eleições, porque quero viver num País que incentive e dê todo apoio aos cidadãos de baixa renda e aos portadores de deficiências, para que eles possam superar suas limitações e alcançar a qualidade de vida que todos merecem.

Virei militante, só nestas eleições, porque não suporto mais os impostos escorchantes – que a maioria do povo nem sabe que está pagando. Reitero: não quero mais viver num País com impostos escandinavos e serviços públicos africanos. Num país em que os juros reais para o consumidor chegam a 60% ao ano e, no cheque especial, a 170%.

Virei militante, só nestas eleições, porque não suporto mais viver num país dominado pelo empreguismo e pelo nepotismo. Num país cujo Estado está sendo aparelhado, dominado e corroído por cupins, mensaleiros, petralhas, corruptos. Um país cujo Estado perdeu sua capacidade de investir de forma expressiva em infraestrutura, em fomentar o desenvolvimento econômico e social, a preservação da natureza e assegurar um futuro mais promissor a nossos filhos.

Virei militante, só nestas eleições, porque, diferentemente do quadro ilusório que nos apresentam o presidente ventríloquo e sua candidata fantoche, o Brasil não passa hoje de um gigante de pés de barro, porque este governo não investiu prioritariamente na infraestrutura econômica e social do País. Se não acredita, confira, leitor. Faça uma avaliação crítica e rigorosa da situação de nossas estradas federais, de nossa educação pública, da assistência à saúde na maioria dos hospitais públicos, da segurança pública, da previdência social (com rombo de R$ 45 bilhões este ano), da situação dos portos e aeroportos, do setor de energia elétrica e dos riscos de apagões, e da devastação da Floresta Amazônica.

Virei militante, só nestas eleições, para enfrentar a tropa de choque que me escreve e patrulha todos os dias, tentando convencer a opinião pública que o melhor do Brasil de hoje foi obra de Lula, ao longo de dois períodos de governo petista – quando, na verdade, a estabilidade monetária e as mudanças mais positivas do Brasil de hoje foram baseadas nas reformas anteriores, no Plano Real e na Lei de Responsabilidade Fiscal – contra os quais o PT votou. E mais do que qualquer governo, o que tem transformado o Brasil é o trabalho de cada um de nós, o esforço de cada cidadão e de cada empresa.

Virei militante, só nestas eleições, para responder sem medo a essa tropa de choque, como a um desses patrulheiros, chamado Raimundo, que ataca Serra com mentiras e calúnias e justifica seu voto em Dilma dizendo que, “nos tempos de chumbo da ditadura, quando muitos se acovardaram e fugiram do Brasil, ela ficou aqui, enfrentando coturnos e baionetas, mesmo sabendo que seria torturada”. Respondi-lhe que voto em Serra porque em sua biografia, não há corrupção, nem mensalão, nem tráfego de influência. E explico-lhe, a seguir, mais uma vez, porque exilar não é fugir.

Virei militante, só nestas eleições, para dizer a todos os Raimundos que, como milhares de outros brasileiros, lutei nos limites de minhas forças e como pude contra a ditadura. Mas que, diferentemente de José Serra, fiquei aqui, resisti, fui preso diversas vezes, simplesmente por pertencer à Ação Popular e por criticar a ditadura. Fiquei porque não consegui me exilar. Não foi por medo. Mas por opção. Porque tinha melhores condições de luta aqui do que lá fora. Porque, diferentemente, de outros, patriotas equivocados, não parti para o terrorismo. Até porque nunca acreditei nesse caminho. E sempre me recusei a matar inocentes. Quem critica os que foram para o exílio, como o faz Raimundo, levianamente, ofende a memória de brasileiros como Leonel Brizola, Luiz Carlos Prestes, Miguel Arraes e dezenas de outros patriotas, independentemente de concordarmos ou não com suas ideologias. Grandes homens em todos os países tiveram que se exilar.

Virei militante, só nestas eleições, porque me sinto na obrigação de trazer este depoimento, como dever de consciência, para a reflexão de todos que se disponham a votar em um candidato capaz de mudar a cara do Brasil, assegurar-nos a democracia, a liberdade de imprensa, o progresso social e o desenvolvimento econômico sustentável.

Pensem em tudo isso, meus amigos.



ref...http://blogs.estadao.com.br/ethevaldo-siqueira/2010/10/06/militante-so-nestas-eleicoes/

terça-feira, 5 de outubro de 2010

verdadeiro perfil do eleitor...dela...

Dilma recebe 63,5% dos votos válidos de presos em SP
Petista recebeu 830 votos nas 31 seções eleitorais instaladas em 28 unidades prisionais
05 de outubro de 2010

AE

SÃO PAULO - A candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) seria eleita em primeiro turno, com 63,50% dos votos válidos, se as eleições fossem realizadas apenas entre os presos em regime provisório que votaram no domingo no Estado de São Paulo. Um levantamento realizado pela Agência Estado, com dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), mostra que Dilma recebeu 830 votos nas 31 seções eleitorais instaladas em 28 unidades prisionais do Estado...

Tiririca é o mais votado nos presídios de São Paulo


O humorista Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, foi o candidato a deputado federal mais votado pelos presos provisórios que foram às urnas instaladas em 28 presídios do Estado de São Paulo no primeiro turno das eleições.

Ao todo, 1.464 detentos provisórios --aqueles que cumprem decisões de prisão temporária ou preventiva, ou têm direito a recursos-- votaram no dia 3 de outubro...


http://www1.folha.uol.com.br/poder/814237-tiririca-e-o-mais-votado-nos-presidios-de-sao-paulo.shtml

rsrs...quase 1...mentirinha...

sábado, 2 de outubro de 2010

Dedicado a ...KERUV

Poema de pureza e virtude

Põe na virtude, Filha querida,
De tua vida todo o primor.

Não dês à sorte, que tanto ilude,
Sem a virtude algum valor.

Tudo parece : murcha a beleza,
Foge a riqueza, esfria Amor.

Mas a virtude zomba da sorte,
E até da morte disfarça o horror.

Brilha a virtude na vida pura

Qual na brancura do lírio a cor,

Cultiva atenta, filha mimosa,
Sempre viçosa tão linda flor!

Domingos de Barros