sábado, 8 de dezembro de 2012

Um pais dos...desiguais!!!

  OS GERMANODESCENDENTES REIVINDICAM!

 

                                                                                                        


Como minoria segregada no Brasil, nós, descendentes de alemães - agora 'germanodescendentes' - solicitamos providências do governo federal para sermos igualados aos afrodescendentes, no que tange aos direitos dos cidadãos. Para tanto, pacificamente reivindicamos seja aprovada uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a qual contemple os seguintes pontos:
01. Fica estabelecida a cota de 5% para os germanodescendentes e seus descendentes nas universidades públicas brasileiras.
02. Fica proibido chamar descendentes de alemães, ucranianos, holandeses e outros europeus de 'polaco'. 03. Fica proibido chamar um germanodescedente de "alemão", pois o termo é pejorativo e denigre a imagem deste como ser humano.
04. Fica estabelecido que os descendentes de alemães devem sem chamados de 'germanodescendentes'. 05. Chamá-los de alemão passa a ser considerado crime de racismo – inafiançável - a despeito do fato de a raça humana ser uma só.
06. Igualmente deve ser considerado crime de racismo o uso das expressões "alemaozão", "alemãozinho", "alemoa", "alemoazinha", “bicho de goiaba”, etc, para se referir aos germanodescendentes.
07. Fica proibido o uso de expressões de cunho pejorativo associadas aos descendentes de alemães. Ex: "Coisa de alemão!", "Alemão porco....", "Só podia ser alemão", " alemão batata" , " comedor de chucrute", “português que sabe matemática”, etc.
08. Fica estabelecido o dia 25 de julho o "dia nacional da consciência germânica" com feriado nacional.
09. Fica estabelecido o dia 25 de novembro o "dia nacional do orgulho alemão”, com feriado nacional, mesmo que não se possa chamar alemão de alemão.
10. Fica criada a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã, subordinada à Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Racial.
11. Fica estabelecido o prazo de 2 anos para a Subsecretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade Alemã virar Ministério dos Alemães, juntando-se aos outros 38 ministérios brasileiros, mesmo que não possa chamar alemão de alemão.
12. Fica proibida qualquer atitude de segregação aos descendentes de alemães - germano descendentes - as quais os caracterizem com inferiores a outros seres humanos.
13. Fica restrita ao governo brasileiro a pressuposição de que os alemães são inferiores, estabelecendo de cotas, restrições associativas, nominativas e sanções para as mesmas.
14. Passa a ser crime de "germanofobia" qualquer agressão deliberada contra um descendente de alemães, mesmo que não possa chamar alemão de alemão.
15. Toda criança que usar a expressão "alemão batata come queijo com barata" estará cometendo Bullying e deve ser encaminhada para tratamento psicológico.
16. Em caso de um afrodescendene (negão) chamar um alemão de alemão, este adquire o direito de chamar o negão de negão sem aplicação das sanções já previstas em lei.
17. Ficam estabelecidos como Centros Nacionais da Cultura Alemã o Bairro Buraco do Raio em Ivoti/RS, a zona central de Blumenau/SC e o bairro “ Drei Parrulho” em Santa Cruz do Sul. Brasília, 18 de novembro de 2012.
 PS: Caso italianos, portugueses, espanhóis, sírios, libaneses, japoneses, bolivianos, paraguaios, poloneses e tantos outros também se unificarem em projetos similares, haverá dificuldades para aqueles que fazem questão de ser apenas brasileiros conseguir vagas em universidades e direitos especiais. Portanto, deveriam fazer seu movimento também e terão nosso apoio irrestrito!

http://alertabrasil.blogspot.com.br/2012/12/se-voce-e-um-excluido-crie-seu.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+alertabrasil+%28AlertaBrasil%29

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

So leia se entender...

Vocês estão entendendo nada


“Só o inimigo é fiel.” (Nelson Rodrigues)

 
Por Waldo Luís Viana

A nossa sociologia precisa compreender o jogo: vem aí um golpe de esquerda! Tem todo jeito. Quem tem castanha pra vender, vai peitar o certame, porque acha que ainda é forte. Vem aí o controle externo da mídia, o aborto, as PECs contra a família e os bons costumes e todo o séquito de medidas típicas dos companheiros de viagens dos mencheviques de plantão.

Pensavam que o Kerensky era o Fernando Henrique, mas não. O Kerensky é o Lula, seu seguidor neoliberal. Preparou o castelo para o novo reino. Chávez até predizia. Com as Farc, o Foro de São Paulo, o que resta de Cuba e todos os malandros do tal socialismo de mercado – o circo está armado...

Já deram o grito de guerra em São Paulo e Santa Catarina com o PCC. Como sempre, a polícia militar dos Estados acha que tudo isso é sempre bandidagem facilitada por celulares distribuídos nas cadeias. E os juízes e desembargadores – coitados – acham que o mundo está salvo só porque ainda recebem o salário nos guichês dos bancos...

Qual nada! Acabou a segurança. E as Forças Armadas, com aquela velha destinação constitucional dos covardes, assiste a tudo dos quartéis, engraxando botas de oficiais e lustrando os jipes estacionados.

Não, meus caros! Vocês estão pensando que o Brasil é só baile funk de traficantes, duplas caipiras idiotas e pastores roubando em nome de Jesus? Não, tem muito mais!

Os pobres não se importam com política, só votam em ladrões e vivem cercados por bandidos, milicianos, agiotas, traficantes e espertalhões. Os ricos – tirando os mesmos que já mandaram os haveres para o exterior – estão morrendo de medo atrás dos muros vigiados de suas cadeias condominiais.

Pretos, pobres e prostitutas estão trancafiados em penitenciárias, açulando o próprio ódio para a reabertura que virá. E já está chegando. O PPP apoia o PCC. As periferias das cidades estão comandadas pelos asseclas, que recebem ordens diretamente das universidades do crime, pagas pelos contribuintes indefesos.

Tal fermento não aparece na mídia, na leitura dos jornais. Aliás, quem quiser saber o mínimo, faça o máximo de esforço para não ler os jornais. Eles são todos teleguiados por verbas oficiais e se ocupam de abafar o essencial. A televisão, então, pelo amor de Deus!, é a chacina da informação a galope exponencial!

A direita pensa que a ação do STF é finalmente o final do jogo para o petismo infame, mas não é. Essa gente respira política o dia inteiro. Trama em batismo, casamento e velório. Sabe das coisas e tem os seus cupinchas pagos pelo Estado provedor a peso de ouro. Está encastelada no poder e se chama de “militância”. Boa parte da burocracia do atraso que manda no Brasil é capitaneada por esses caras da tal militância, distribuídos em cargos de confiança, movimentos sociais e ONGs de todos os tipos.

A esquerda anda avaliando o seu potencial de revolta, mas parar o país quando se tem o poder na mão pode ser perigoso. Ela está pensando se deve mobilizar de novo as centrais sindicais, porque greve hoje em dia é reacionária e coisa do passado. Igualzinho como nos tempos de Stálin, na vetusta União Soviética.

Oposição, não a temos, num país em que banqueiros e empreiteiros são todos de esquerda, desde que continuem tendo liberdade inefável para roubar e superfaturar.

O PSDB não vai chegar ao poder pelo simples fato de que é oposição de mentirinha. Um partido sem fibra, muito educado para a nossa época conturbada. O povo não se encanta por seu ideário (?), porque não vê firmeza em seus dirigentes. E “a massa é fêmea” – como dizia Mussolini – “gosta de machos”...

O DEM já percebeu que seu primo não tem potência sexual e pretende se aliar ao PSB, partido em ascensão que mostra uma cara esquerdista mais honesta, naturalmente antes de chegar ao poder. Aliás, esquerdista antes de chegar ao poder é sempre bonzinho e esse partido é o maior perigo para a sobrevivência do PT nas próximas eleições presidenciais, já que este deseja continuar no domínio do governo, feito partido mexicano, até onde a vista alcance...

Nesse quadro dantesco – em que deixamos na porta toda a esperança –, os “malfeitos” no estilo “mensalão” e “rosegate” são até esperados, porque têm a mesma origem, a árvore de decisões do partido no governo. O dilema é: até quando a madame presidente aguentará essa camisa de força? Quando se livrará enfim da herança maldita do antecessor? Dialeticamente, se continuar tudo como está, seu governo vai à garra, justamente por um golpe de esquerda...

Se o mundo não acabar, o ano de 2013 vai acolher essas duas possibilidades: quando será o golpe de esquerda, se ele se dará pelas armas, e pela dissolução institucional, ou através de um golpe branco da presidenta, afastando-se da banda podre que a colocou no governo?

Não é à toa que os espiões norte-americanos e israelenses vigiam Brasília vinte e quatro horas por dia. Sabem que o caldo aqui está pra entornar...

Não confiem em outras análises daquele tipo “suave é a brisa”, porque com certeza advirão de alguém louco para aderir ao que está aí.

O que positivamente não é o meu caso: sou fiel, como qualquer bom inimigo...

Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e sempre um bom inimigo, fiel a toda prova...

http://www.alertatotal.net/2012/12/voces-estao-entendendo-nada.html

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Chafurdando...


Sobre a era medieval (Editorial de O Estado de S. Paulo)

O Estado de S.Paulo
A parte mais sensível do corpo humano é o bolso. Valendo esse "princípio", nos crimes contra o patrimônio público, mais importante do que colocar o meliante na cadeia é "recuperar os valores desviados". Por isso, em vez de mandar para a prisão os condenados no escândalo do mensalão, o STF deveria se preocupar em impor-lhes pesadas multas pecuniárias e a obrigação de devolver aos cofres públicos os valores desviados.
Trata-se de uma visão "contemporânea" do direito penal, em oposição à prática "medieval" de privar da liberdade quem não cometeu nenhum ato de violência física contra terceiros, limitando-se a meter a mão no que não lhe pertence.

Foto: André Coelho / O Globo

É no que acredita o ministro Dias Toffoli, que, depois de, durante três meses e meio, ter-se limitado a dizer "acompanho o revisor" para absolver ou amenizar as penas dos réus da Ação Penal 470 - inclusive de seu antigo chefe José Dirceu e dos demais ligados ao PT -, em sessão plenária da semana passada se propôs a iluminar a mentalidade retrógrada da maioria de seus pares, exortando-os a se darem conta de que "as penas restritivas da liberdade que estão sendo impostas neste processo não têm parâmetros contemporâneos no Judiciário brasileiro".
Numa demonstração de generosa tolerância com o papel desempenhado por seu jovem e até então silente par no processo do mensalão, nenhum ministro se deu ao trabalho de apartear ou aduzir considerações à extravagante manifestação. Mas alguém deveria ter chamado a atenção para o fato de que o vibrante libelo poderia ser interpretado não como um sopro de contemporaneidade, mas como a reafirmação da crença arraigada na mentalidade das "elites" de que "gente importante não vai para a cadeia".
De fato, seria o melhor dos mundos para os corruptos travestidos em homens públicos a definitiva consagração, pela ordem jurídica, do princípio de que, uma vez apanhados com a boca na botija, basta arcar com pesadas multas e o ressarcimento dos desfalques para que a justiça seja feita e eles continuem livres para locupletar-se com negócios escusos. Quanto aos ladrões de galinha, dura lex, sed lex...
A intervenção de Dias Toffoli insere-se num contexto inegavelmente político em que o PT, na tentativa de se eximir de culpa pelo escândalo do mensalão, articula pronunciamentos individuais destinados a transferir para o "sistema" a responsabilidade por todos os males que assolam o País.
Não terá sido mera coincidência o fato de, no momento em que a exacerbação da violência urbana intranquiliza São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ter usado a mesma expressão utilizada pelo ministro Toffoli - "medieval" - para criticar o sistema penitenciário, por cuja precariedade o governo federal também é responsável, ao lado das administrações estaduais.
Ao proclamar dramaticamente que preferiria morrer a ter que cumprir pena nas prisões brasileiras, Cardozo expôs um quadro certamente realista das condições do aparato prisional em todo o País, mas furtou-se a entrar em detalhes quanto à responsabilidade de seu próprio Ministério que, como revelou o Estado (15/11), investe no problema menos de 1% dos recursos orçamentários previstos para esse fim.
De qualquer modo, o perfil "medieval" de muitas das instituições nacionais que tanto escandaliza Toffoli e Cardozo - pois essa condição não é exclusividade de aspectos do ordenamento jurídico ou da rede penitenciária - não pode ser dissociado do fato de que há quase 10 anos o PT exerce ampla hegemonia política no plano federal.
Esses males têm raízes solidamente fincadas na persistência entre nós de um enorme déficit de consciência política sobre o qual é enorme a responsabilidade de um governo que prefere botar a culpa de todos os males nas "elites", onde hoje tem seus principais aliados.
O lulopetismo prefere trabalhar na sempre desejável proliferação de consumidores - o que dá voto - do que na indispensável formação de verdadeiros cidadãos, o que só é possível com pesados investimentos de longo prazo em educação - e bons exemplos. O mais é, de fato, tudo muito "medieval", como querem os petistas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O juiz que advoga...

STF: num dia, com Cícero, Santo Agostinho e Santo Tomás; no outro, com a tromba do elefante! PDF Imprimir E-mail
04 de outubro de 2012
Por Reinaldo Azevedo (*)
O ministro Ricardo Lewadowski protagonizou ontem um dos momentos mais constrangedores do Supremo Tribunal Federal. Se, na segunda-feira, Celso de Mello havia apelado a Cícero, a Santo Agostinho e a Santo Tomás de Aquino, lembrando-nos, afinal, de que o STF é um corte constitucional que honra o saber acumulado de gerações, Lewandowski ontem não se fez de rogado. Malsucedido em sua viagem pela Antiguidade Clássica, quando atribuiu ao escultor Fídias uma frase do pintor Apeles, houve por bem não ousar no terreno da alta cultura — já que o Google trai quem não sabe o que procura — e se deixou levar pela retórica, digamos, popularesca, lustrando os que, afinal de contas, preferiram não acumular saber nenhum. Ao defender a inocência de José Genoino, contou a fábula dos cegos que apalpam um elefante. O que tocou na cauda disse que o bicho se parecia com uma vassoura; o que tocou a orelha, com um leque; o que tocou a tromba… Bem, leitores, não quero que este texto descambe para a linguagem de botequim.
O que estaria querendo dizer o Esopo de São Bernardo? O que ou quem seria o elefante? Quais personagens representariam o papel dos cegos? Só uma conclusão é possível. O processo estaria no lugar do paquiderme, e seriam os demais ministros, privados da visão de conjunto, a apalpar, literalmente às cegas, a realidade, colhendo, todos eles, não mais do que impressões parciais da realidade. Ainda bem que lá estava o professor Lewandowski para, com mais aguda vista do que todos os outros homens, iluminar os fatos. Só ele saberia, porque ministro cuidadoso, que um elefante não é uma vassoura, um leque ou uma mangueira d’água… Como toda fábula, a do ministro também tinha uma moral: “Em terra de cegos, quem tem olhos absolve petistas”… Alguém deveria, nem que fosse por caridade, proteger Lewandowski de si mesmo. Como todo o respeito, está se transformando numa figura patética.
A defesa de GenoinoO ministro voltou a ser implacável com Valério e seus associados. Também resolveu não queimar vela para mau defunto e condenou Delúbio Soares por corrupção ativa. O próprio ex-tesoureiro já deixou claro que sabe qual é seu destino, anunciando que vai cumpri-lo como mais uma tarefa partidária. Quem mobilizou o ânimo militante de Lewandowski foi mesmo José Genoino. Ali não estava o juiz; ali não estava o revisor do processo; ali não estava o membro da corte suprema do país. Ouviu-se foi a voz de um militante. Havia mesmo indignação na sua voz. A sua maneira, ele procurara ser o Celso de Mello do outro lado.
Notem bem, leitoras e leitores: não estou aqui a exigir que Lewandowski condene quem acho que deva ser condenado para que, então, eu o elogie. Nada disso! Estou a cobrar outra coisa: um pouco de decoro na argumentação. A acusação de que se cuidava ontem era “corrupção ativa”. O ministro simplesmente ignorou o objeto que estava em causa e partiu para defender a suposta legalidade de um empréstimo que o Rural teria feito ao PT, que contara com a assinatura de Genoino.
E se esforçou, então, com mais energia do que a própria defesa do ex-presidente do PT, para demonstrar que Genoino só assinara os documentos do empréstimo que a Justiça considera falsos porque, afinal, fazê-lo estava entre as suas atribuições. Assim, entende-se, condenar Genoino seria aderir à tese da “responsabilidade objetiva”: só porque estava no cargo, seria então culpado. Calma lá! O esquema que passou a ser chamado de “mensalão” era, como resta claro dos depoimentos até mesmo de Delúbio, uma decisão do comando do PT — com a anuência de Lula, é evidente! Genoino não era um qualquer nessa estrutura. Ao contrário! Estava na presidência da legenda, sucedendo José Dirceu. Não se chega ao topo da hierarquia partidária sem conhecer suas entranhas, seus métodos, suas escolhas.
E como Genoino conhecia! Ele era, aliás, um dos cardeais do partido, talvez a sua cabeça mais ágil para lidar com assuntos do Congresso. Pode-se acusá-lo de muita coisa, menos de ser idiota. Então Delúbio lhe apresentava documentos, e ele os ia assinando assim, sem mais nem menos? Então era ele o presidente do partido que, de forma deliberada, comprava a base aliada, e devemos acreditar que ignorava a lambança? Parte da dinheirama repassada aos corruptos passivos saiu desses empréstimos chancelados por Genoino.
Lewandowski, não obstante, insiste que ele não sabia de nada. Vá lá… Se acha isso mesmo, que diga. Mas que o faça julgando o que está sendo julgado. E não se cuidava, ali, da veracidade ou não dos empréstimos, mas da compra de apoio parlamentar. Num momento em que esperou encontrar um socorro do ministro Marco Aurélio, deu-se mal. Tentando conquistar a solidariedade do outro para a sua tese de que assinatura de Genoino nos empréstimos era parte de suas atribuições, teve de ouvir uma resposta vexaminosa, que poderia ser resumida assim: “Sim, ministro, assinar o documento era parte das atribuições de Genoino, mas não um empréstimo fraudulento”.
Um ministro ligeirinhoO ministro surpreendeu a muitos. O Lewandowski que não tem demonstrado especial amor pela celeridade parecia ontem ter comido a sua lata do superespinafre. Quando se imaginava que a sessão caminharia para o fim, ele fez questão de votar — a tempo ao menos de o Jornal Nacional informar que o relator havia absolvido Genoino. Com quantos votos contará na corte? Não dá para saber. Mas parece que o PT não anda a desprezar qualquer nesga de esperança. Nesta quinta, ouviremos, certo como dois e dois são quatro, o seu voto absolvendo José Dirceu.
Lewandowski também resolveu apelar a Kafka, sugerindo que Genoino é vítima de um julgamento discricionário, que apela ao absurdo. É uma má leitura da realidade e… de Kafka. Josef K., a personagem de “O Processo”, é levado pelas autoridades, acusado de um crime que nem ele próprio sabe qual é. As lambanças que unem os petistas, Marcos Valério e os bancos são conhecidas. Em parte delas, há a assinatura de José Genoino!
No extremo da argumentação insana, o ministro cantou as glórias de Genoino e nos contou que a sua assinatura só foi exigida porque, afinal, ela conferia credibilidade ao documento, segurança. Entendi, então, que o homem que assinava uma peça do que o próprio tribunal considera uma tramoia não era o presidente do partido, aquele que era um dos chefes da organização, que conhecia, por óbvio, seus segredos, seus projetos e seus atos. Nada disso! O Genoino que assinava era o outro, o homem sem mácula. Na formulação de Lewandowski, o PT até poderia ser alvo de algumas desconfianças, mas Genoino jamais!
Curioso! Como Lewandowski deve absolver também José Dirceu, entendo que o ministro quer nos fazer concluir que o verdadeiro chefe do PT era mesmo Delúbio Soares. Quem acredita nisso? Não sei que parte do elefante o ministro andou tateando; sei que não foi uma boa parte...

ET

Caindo do caminhão de mudança

Tensão do julgamento
Depois do voto de segunda-feira de Celso de Mello no julgamento do mensalão – aquele citando os “marginais no poder” – há ministros no STF que acreditam que até mesmo Ricardo Lewandowski pode rever algumas de suas posições.
Veja o que diz um deles:
- Depois do voto do Celso, o Lewandowski ficou como que um cachorro que caiu do caminhão de mudança.
Por Lauro Jardim

rsrs...

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O Mensalão e o Violino

O Mensalão e o Violino

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Guilherme Fiúza

A elite suja e reacionária deste país está aplicando mais um golpe contra o PT. Este foi o alerta dado pelo presidente do partido, Rui Falcão. Ele ficou indignado com a condenação de João Paulo Cunha, no STF, por corrupção passiva e peculato. Com a perspectiva de que outros réus do partido tenham o mesmo destino no julgamento do mensalão, Falcão ameaçou: "Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado ele cresce, reage"

Reage mesmo. E reage com patriotismo. Por sorte, o Sete de Setembro estava chegando, proporcionando mais uma ótima ocasião para Dilma Rousseff falar diretamente ao seu povo, sem passar pela mídia burguesa — que, segundo Falcão, é uma das agentes do golpe, junto com o Judiciário e outros vilões da elite suja. O golpe é contra o operário e a mulher que mudaram este país. Mas a mulher reagiu no Dia da Independência.

Dilma só disse coisas boas em cadeia nacional de rádio e TV O melhor do seu pronunciamento, porém, foi o fundo musical. Com a sutileza própria dos revolucionários, que endurecem sem perder a ternura, entraram na comunicação presidencial um violino choroso e um piano adocicado, ornando com perfeição o melodrama dos oprimidos, que resistem firmes ao golpe dos reacionários.

Pronunciamento oficial com fundo musical é um dos maiores avanços trazidos pelo governo do PT. Era o que estava faltando aos nossos governantes: um pouco mais de emoção — especialmente naquele horário, logo antes da novela. Dilma e Lula não têm tido gancho para chorar em público, mas o violino chorou maravilhosamente por eles, numa versão romântica do Hino da Independência.

Bem que o presidente do PT avisou para não mexer com eles.

Num pronunciamento oficial com toques de showmício, evidentemente o que é falado é o menos importante. E está certo que seja assim. Ninguém vai querer que o telespectador, contando os minutos para ver Carminha, fique prestando atenção na numera-lha do Brasil-potência que o PT construiu. E isso é ótimo, porque só o que faltava era esperarem que a presidente, com todo o trabalho de cabeleireiro, cenografia e trilha sonora, ainda tivesse que dizer coisa com coisa.

Como diz o Hino da Independência, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil — inclusive a liberdade de dizer a essa brava gente o que lhe der na telha. Foi desse jeito livre que Dilma Rousseff anunciou uma redução nas tarifas de energia, naturalmente sem mencionar que devia R$ 7 bilhões aos brasileiros por cobranças indevidas nas contas de luz. Mas isso não combinaria com piano e violino.

Também aproveitou a liberdade no horizonte para não dizer que a bondade elétrica do governo popular vai lhe custar R$ 21 bilhões. A outra boa notícia é que o governo não passa cheque sem fundo: o contribuinte cobre tudo. E cobre feliz, ao som de violino e à luz da economia que ele acha que vai fazer.

Provavelmente foi por isso que Dil-ma encerrou seu pronunciamento de Sete de Setembro dizendo "viva o povo brasileiro’! Talvez pudesse arrematar com um "Deus lhe pague’!

Viva o povo que aprova o governo do PT, e o protege desses golpes da elite suja e da mídia conservadora. Lula e José Dirceu também prometem reagir, denunciando à OEA o atentado aos direitos dos réus do mensalão. De fato, é preciso proteger os seus direitos de ir e vir entre os cofres públicos e a caixinha do partido. Se a OEA, a Anistia Internacional e outros organismos progressistas tiverem dúvida, é só prestarem atenção às palavras do ministro Ricardo Lewandowski. Ele já declarou aos seus colegas do Supremo que está em curso um julgamento "heterodoxo”. Ou seja: um julgamento muito estranho, talvez suspeito.

Lewandowski e Dias Toffoli, os ministros heterodoxos com amizades ortodoxas na corte petista, estão dando o melhor de si. Votaram pela absolvição de João Paulo Cunha e vão tentando aliviar o sócio de Marcos Valério que pode ligá-lo a Dirceu. É confortante saber que essas vítimas da elite suja não estão desamparadas. País limpo é país sem sujeira.

O ideal seria que o julgamento do mensalão fosse todo transmitido por boletins da presidente em cadeia nacional, com violino. A mídia golpista ia ver o que é bom para tosse — e para as eleições.

O importante é isso: não deixar que a elite suja desmascare os companheiros limpos, e assim golpeie sua imaculada máquina eleitoral. Se o eleitorado desconfiar que o país caminha apesar de um governo parasita e perdulário, pode querer desalojar os companheiros de suas cadeiras públicas — o que seria um grave problema social. O currículo da própria presidente não deixa dúvidas: não se sabe o que seria dessa brava militância sem a bênção do voto (e do emprego que dele emana).

A heroína argentina já está ouvindo panelaços. O tango da viúva melodramática começou a desafinar. Por aqui, a trilha sonora do oprimido, por incrível que pareça, continua dando para o gasto.

Guilherme Fiúza é Jornalista. Originalmente publicado em O Globo de 15 de setembro de 2012.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nao basta...criticar....

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cadê Você?

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Valmir Fonseca

Procura – se, desesperadamente, o cidadão de respeito.

Cadê você que tem vergonha na cara, que fica indignado com a injustiça, que deplora o mau caráter, que clama por honestidade e por dignidade?

Cadê você que ama a Pátria, que abre o peito para entoar o Hino Nacional, que se ufana ao ver a Bandeira ser hasteada e tremular no seu mastro?

Cadê você que julga que o mérito é o diferencial das pessoas, e que os mais capazes e dedicados deveriam subir com dignidade nas escalas do sucesso humano?

Cadê você que tem um mínimo de capacidade de julgamento, e que ao constatar que foi enganado não tem ânimo, nem coragem, nem hombridade ou se mulher, a fibra feminina de dar um basta na hipocrisia e na mentira?

Cadê você, rico ou pobre, mal ou bem nascido, que durante a sua vida pautou sua conduta na correção, respeitou a quem merecia, e acreditou que seguindo o bem e afastando o mal poderia ter uma vida justa?

Cadê você, pai que busca preservar e ensinar aos seus filhos a conduta exemplar, os bons costumes, e que os valores e atitudes dignas ainda não foram expurgados?

Cadê você?

Cadê você que está tão sorumbático, que assiste a tantas patifarias e que calado dá a impressão de que aplaude aos cretinos e suas cretinices?

Cadê você que parece aceitar o lixo humano como o seu mestre?

Cadê você que no seu silêncio tornou - se conivente por sua inexplicável ausência de reação?

Cadê você que se tornou amorfo e semimorto moralmente, e que beneficiado por isenções periódicas de IPI, paga as duras prestações, eletrodomésticos, carrinhos de parcos recursos tecnológicos, mas de altíssimos preços, e que maravilhado com as esmolas, é capaz de calar – se diante de qualquer vilania.

Cadê você que não ficou inebriado com a desculpa de que eles são infames, mas que concedem a você bolsas, benesses, e, portanto estão acima do seu reles julgamento moral?

Cadê você? Cidadão de boa conduta, pai exemplar e dedicado, trabalhador honesto, que assiste a um festival de embromação na televisão, que vivencia impassível à promessa de que no futuro seremos autônomos em petróleo, em etanol, etc?

Cadê você que não acredita que a nossa inflação mensal persiste no 0, 0000 e qualquer coisa?

Cadê você, branco, amarelo, mestiço, azul ou vermelho, que será atropelado pelas cotas raciais no ingresso nas universidades?

Cadê você, que gosta de futebol, mas que nitidamente já concluiu que o esporte bretão é o circo que alegra os sem destino e pobres de espírito?

Cadê você que vive nas sombras, que tem receio de aparecer, que está sendo esmagado pelo “politicamente correto”, desvãos morais incutidos na sociedade, paulatinamente, e que consagraram a família gay como um dos segmentos nobres da nossa sociedade.

Cadê você, incógnito na multidão da estrumeira colossal que conspurca o imenso Brasil?

Cadê você, verdadeiro zero à esquerda, escondido na sua calada insatisfação, que sabe que no julgamento do Mensalão existe um sujeito não tão oculto que não foi arrolado entre os acusados?

Cadê você? Você não está sozinho, milhares de brasileiros deploram a impunidade, acreditam nos direitos e cumprem os seus deveres.

Cadê você?

Junte – se a nós, nas praças, nas ruas e em alto e bom som brade o seu repúdio, denuncie o quanto você deplora os rumos caóticos, não apenas econômicos, mas da falta de princípios que assolam esta Nação.

Cadê você que estava em greve de silêncio, que calado seguia fielmente a cartilha da omissão e da conivência?

Rompa com os grevistas e mãos a obra.

Na Semana da Pátria, você será muito bem vindo irmão brasileiro.

Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma, é General de Brigada Reformado.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A INVASAO AMARELA II

Chinesa Lenovo deve anunciar compra da brasileira CCE nesta quarta

Valor da aquisição pode chegar a R$ 700 milhões, segundo pessoas ligadas à negociação

04 de setembro de 2012 | 22h 30

David Friedlander e Renato Cruz, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A Lenovo deve anunciar hoje a compra da brasileira CCE, que já esteve entre as maiores indústrias do setor eletroeletrônico no País, segundo fontes envolvidas no processo. Ontem à noite, os assessores jurídicos e financeiros das duas empresas trabalhavam na redação final dos contratos para que Yang Yanquing, presidente mundial da Lenovo, pudesse fazer hoje o "maior anúncio da história da empresa no Brasil", conforme definiu a própria companhia.
O valor da operação, que poderia chegar a R$ 700 milhões, não estava completamente definido, porque dependia de algumas decisões, que ficaram para última hora. Os chineses estão adquirindo 100% da CCE, o que inclui a marca, o parque fabril em Manaus e instalações em São Paulo.
Segunda maior fabricante de PCs do mundo, a Lenovo tem enfrentado dificuldades para crescer no Brasil. As líderes locais são a brasileira Positivo Informática e a americana HP. Com a compra da CCE, a Lenovo deve dobrar de tamanho no Brasil, ficando entre as cinco maiores fabricantes locais.
O Brasil é o terceiro maior mercado de microcomputadores do mundo, atrás da China e dos Estados Unidos. No ano passado, foram vendidas 15,3 milhões de unidades, um crescimento de 9% sobre 2010, segundo a Associação da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
Em julho, a Lenovo anunciou o investimento de US$ 30 milhões para construir uma fábrica em Itu, no interior de São Paulo. A expectativa era iniciar as operações até o fim do ano, contratando até 700 pessoas.
Criado em 1964, o Grupo Digibrás, dono da CCE, possui um parque industrial de 500 mil metros quadrados na Zona Franca de Manaus. Com 5,9 mil funcionários, registrou um faturamento líquido de R$ 1,6 bilhão em 2011. No ano passado, a empresa produziu 463 mil notebooks, 311 mil desktops e 552 mil televisores. A projeção para este ano é de 633 mil computadores portáteis, 254 mil de mesa e 798 mil Tvs.
No segundo trimestre, as vendas mundiais da Lenovo cresceram 14,9%, somando 12,8 milhões de unidades, de acordo com a consultoria Gartner. No mesmo período, o mercado como um todo caiu 0,1%, para 87,5 milhões, e as vendas da HP, líder de mercado, diminuíram 12,1%, para 13 milhões. A expectativa é que, em breve, a Lenovo ultrapasse a HP, para se tornar a maior fabricante de PCs do mundo. Para que isso aconteça, o Brasil é uma peça essencial.
Tentativas
Faz tempo que a Lenovo tenta adquirir uma fabricante brasileira de computadores. Há alguns anos, conversas com a Positivo acabaram sem resultado, principalmente por questões de preço. Nos últimos meses, os chineses conversaram com várias empresas brasileiras, antes de chegar a um acordo com a CCE.
Foi a aquisição da divisão de PCs da IBM, em 2004, que deu projeção mundial à Lenovo. Nos últimos anos, a empresa apostou na expansão internacional, com a compra da alemã Medion e com a criação de uma joint venture com a japonesa NEC.

http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,chinesa-lenovo-deve-anunciar-compra-da-brasileira-cce-nesta-quarta,125506,0.htm

terça-feira, 28 de agosto de 2012

PICARETA foice MARTELO...

Mancada do revisor

Na sua 15ª sessão no Supremo Tribunal Federal do julgamento do Mensalão, o tempo promete fechar na réplica e tréplica dos ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowiski sobre a condenação e o perdão ao deputado federal João Paulo Cunha.

Barbosa vai mostrar que Lewandowski cometeu pelo menos um erro no voto que leu na quinta-feira passada.

O ministro de São Bernaerdo do Campo atribuiu a um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) uma conclusão que não é dele nem do tribunal, mas de um personagem que foi alvo de uma auditoria do órgão, o ex-diretor-geral da Câmara Sérgio Sampaio.

A falha

Na salvação a JP, Lewandowski pregou que o ministro do TCU relator da apuração sobre o contrato de Valério com a Câmara afirmara que uma apuração da Secretaria de Controle Interno da Câmara fora "maculada por vícios que a nulificam (sic)".

O ministro até mencionou a página e o volume do processo do mensalão em que estaria a conclusão do TCU.

Probleminha é que a tal afirmação sobre "mácula", "vícios" e "inimizade" não partiu do TCU, mas do próprio Sampaio, e Barbosa vai aproveitar a falha para jogar aquele foguinho amigo no colega de STF.

Amigos para sempre...

A petralhada ficou PT da vida com a revista Época desta semana que mostrou como é fortíssima a amizade entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o ministro do STF e morador do condomínio de alto luxo Swiss Park, naquela cidade, Ricardo Lewandowiski.

A publicação das Organizações Globo veiculou que “os três – Marinho, Lewandowski e o próprio Lula – são frequentadores do restaurante São Judas Tadeu e amigos do dono, Laerte Demarchi, um são-bernardense da gema”.

Ainda segundo a revista, “Laerte se orgulha de ter assistido, no estabelecimento famoso pelo frango com polenta, ao nascimento do partido político que há dez anos governa o Brasil”.

E mais: “Marinho, Lewandowski, Demarchi e Lula pertencem a um mesmo círculo de amigos – e o relacionamento dos quatro vem se estreitando nos últimos tempos”.

Aos amigos, um emprego quase vitalício

Época revelou que Lewandowski ingressou na vida pública pelas mãos dos irmãos Demarchi:

“Quando Walter Demarchi, irmão de Laerte, era vice-prefeito de São Bernardo, entre 1983 e 1988, ele convidou o então advogado a ocupar a Secretaria de Assuntos Jurídicos. O então prefeito, Aron Galante, mal conhecia Lewandowski. Ele recorda: “Foi a família Demarchi que indicou o secretário jurídico. Disseram: ‘Nós temos o Lewandowski’. Eu respondi: ‘Traz ele aqui’. Nem o conhecia direito”.

“A família Demarchi se orgulha de ter sugerido o nome de Lewandowski quando surgiu uma vaga no Supremo. “O único favor que pedimos ao Lula, que foi meu irmão Laerte quem pediu, foi para que ele colocasse o Ricardo como ministro, porque não sei que ministro ia se aposentar (era Carlos Velloso). O Lula falou: ‘Tudo bem’”, afirmou Walter Demarchi a ÉPOCA”


Fonte: http://www.alertatotal.net/2012/08/catolicos-lancam-na-internet-campanha.html

domingo, 29 de julho de 2012

Quer criar uma nacao de escravos? Nada de MATEMATICA.

A falência do ensino da matemática

Por João Vinhosa

Em meados de 2011, recebi um telefonema de uma mãe, desesperada, perguntando quanto eu cobraria para dar aulas particulares de matemática para seu filho.

Ela tinha ouvido a entrevista por mim dada ao Programa Adilson Ribeiro, na Rádio Itaperuna. Em tal entrevista, eu havia me oferecido para ensinar matemática básica, gratuitamente, a grupos de alunos de escolas públicas. Além disso, na entrevista, eu havia afirmado que não dava aulas particulares em razão de um inconciliável conflito de interesses: a aula particular é cara para o aluno e barata para o professor.

Dona Gisele, a mãe do menino, disse que resolveu me procurar pelo fato de eu ter afirmado que os pais nunca devem culpar os filhos antes de verificarem as razões que levaram a criança a detestar a matemática, pois, na maioria das vezes, a culpa não é da criança, e, sim, de algum professor, o atual, ou um ex-professor.

Então, ela explicou-me que estava à espera do resultado do eletro encefalograma que havia mandado fazer no filho para saber se o menino tinha algum problema neurológico. Falou-me que já havia levado o filho ao oftalmologista, e o mesmo constatou não haver problema de vista. Informou-me, ainda, que mandou fazer tais exames no filho porque a professora havia afirmado que o menino, de apenas oito anos, tinha alguma deficiência que o incapacitava para a matemática.

Resolvi ajudar, sensibilizado pela perturbação que as “deficiências matemáticas” estavam causando na vida da família (a mãe já estava à beira de um colapso nervoso, e o filho já não mais agüentava a pressão a que estava sendo submetido).

Ao final, o problema foi resolvido a contento, e, como esperado, o resultado do eletro encefalograma também não detectou nenhuma anomalia. O menino é sadio. Como em outros casos semelhantes, quem precisa de médico é a professora.

O caso acima relatado me remete ao objetivo deste artigo, que é falar das deficiências do ensino da matemática. Tratarei, aqui, de dois aspectos do complexo problema: a qualidade dos livros distribuídos pelo MEC e o nível de capacitação dos alunos de escolas públicas.

Qualidade dos livros do MEC

Falarei do livro didático adotado para o 3° ano da Escola Chequer Jorge, de Itaperuna-RJ. Tomei conhecimento dele por ser o livro utilizado pelo jovenzinho de oito anos, que foi julgado incapaz de seguir os ensinamentos.

Tomei um susto com o livro de – pasmem! – 264 páginas. Repleto de figuras, desenhos e gráficos, o livro distribuído pelo MEC contém palavras e expressões que atemorizam os alunos. A seguir, darei alguns exemplos.

Na página 5, o livro apresenta os “ícones utilizados” para indicar “trabalhos com temas transversais” como “formação cidadã” e “pluralidade cultural”.

Na página 7, o livro indica o que será visto na unidade referente à “localização e simetria”. Coisas como “trajetos em malhas quadriculadas”, “simétrica de uma figura”, “padrões” e “mosaicos”.

Na página 41, é pedido para encontrar o resultado de uma adição usando a “reta numérica”.

Nas páginas 80 e 81, nossos pequeninos fazem uma viagem ao mundo dos “pictogramas”.

As páginas 204 e 205 são dedicadas a um estudo da “árvore de possibilidades”. Francamente, temi que o livro fizesse uma iniciação à análise combinatória. Meu temor não foi confirmado; no entanto, na página 260, o autor não resiste, e propõe o seguinte problema para a garotada de oito anos: “Com 2 blusas e 3 saias, quantas são as possibilidades de combinação para a escolha de 1 blusa e de 1 saia?”.

Após farta utilização de termos não familiares aos iniciantes – “ábaco”, “algoritmo usual da divisão”, “tempo de gestação dos animais”, “estratégia”, “simetria”, “polígono”, “vértice”, “gráficos”, etc. – o autor se supera, e, das páginas 250 a 255, leva a galera à loucura, ao apresentar coisas como “planificação de um prisma de base pentagonal”, “planificação de uma pirâmide de base hexagonal” e “planificação de um cilindro”.

Feito esses breves comentários sobre o livro que o MEC está distribuindo para nossos garotos de 8 anos, passo ao outro aspecto da questão.

Nível de capacitação dos alunos de escolas públicas

Em meados de 2011, me ofereci para aplicar, gratuitamente, um cursinho de matemática básica aos alunos que estivessem cursando o 8° e 9° período em dois determinados colégios municipais (Ligiéro e Nossa Senhora das Graças) localizados em Itaperuna-RJ.

A proposta era estudar toda a álgebra (equação de primeiro grau, sistema de equações e equação de segundo grau) e as ferramentas necessárias à resolução de problemas da matéria (frações, números relativos, potências, raízes, etc.), atentando para uma verdade incontestável: a principal razão das dificuldades encontradas no aprendizado de matemática é o fato de – para se entender determinada parte da matéria – ser necessário o conhecimento anterior de assuntos a ela interligados.

Resumidamente, dois foram os princípios obedecidos no planejamento do curso. Primeiro: a única maneira de uma pessoa se capacitar em matemática é “entendendo” a matéria, o que significa que não existem “métodos milagrosos”. Segundo: para que se “entenda” matemática de maneira rápida e eficiente, o estudo tem que ser feito “a partir do zero”, selecionando o que, de fato, é importante.

Para concretizar a proposta, escrevi todo o material didático na ordem que achei mais conveniente ao completo entendimento da matéria; além de trocar a ordem normalmente usada nas grades escolares, tirei todo o “lixo” do caminho.

Como os pré-requisitos para participar do cursinho eram o domínio das quatro operações e a capacidade de ler e interpretar pequenos textos (para saber o que um problema dá, e o que ele pede), os candidatos tiveram que se submeter a uma prova por mim preparada e corrigida. Em consonância com seu objetivo, a prova de seleção constou de vinte pequenos problemas a serem resolvidos em vinte minutos

Trezentos jovens, na faixa de 13 a 15 anos de idade, participaram da prova. 14 alunos foram selecionados, por terem acertado as 20 questões propostas. Por outro lado, uma preocupante situação ficou exposta: 197 dos 300 alunos que competiram não conseguiram acertar mais que 14, das 20 questões da prova.

Tal fato demonstra que 2 em cada 3 alunos não têm a mínima condição de entender as aulas de matemática que estão sendo dadas nos citados colégios, por melhor que sejam seus atuais professores.

Incontestavelmente, a culpa não é dos alunos, nem dos atuais professores, mas sim do sistema, que facilitou, em anos anteriores, a aprovação de alunos despreparados.

Pior: com toda a certeza, tais despreparados alunos serão “empurrados” para frente até fazerem jus às vagas reservadas no nível superior pelo sistema de cotas. Tudo, sob as vistas complacentes de nossas autoridades da área de educação.

Conclusão

Por certo, o problema que foi comprovado com essa pesquisa prática realizada junto aos jovens de escola pública de Itaperuna-RJ se repete por todo o país, formando uma geração prejudicada.

Diante desse cenário desolador, válido torna-se concluir: é impossível resgatar esses alunos – que, hoje, circulam como autênticos zumbis dentro das salas de aula – sem a disponibilização de um curso básico de matemática que seja rápido e eficiente. Contudo, uma coisa deve ser ressaltada: em nenhum momento, o “entendimento”, aspecto indispensável ao domínio da Matemática, pode ser prejudicado pela busca da rapidez e da eficiência. E, devido ao fato de existir uma interligação entre diversas partes da matemática, tal curso deve capacitar seus participantes a partir dos conhecimentos mais elementares da matéria

terça-feira, 24 de julho de 2012

Os olhos de quem le...

Os militares e a Memória Nacional

Por Olavo de Carvalho

Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas.

Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação geral.

Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de intelectuais.

Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.

Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?

Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a sério.

Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.

E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que traíam os ideais americanos.

Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não é mesmo?

Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria.

A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar de matava de vergonha.

Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como reacionário um integralista, um fascista.

Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que os americanos falavam da América.

O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa terra, protestavam: "Vocês são doidos.

Não sabem o que têm nas mãos". Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês não sabem o que é miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não sabem o que é ditadura".

No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito, para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia imaginar.

A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.

Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me bater.

Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.

Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.

O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhecê-lo, sem saber nada sobre ele exceto o que ouvia de seus inimigos, mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.

Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado O Exército na História do Brasil.

A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.

Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.

Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um salário de jornalista médio percebi que seu interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.

Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam com isso senão antipatias e gozações.

Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas da República - como condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na sua maneira de amar a pátria sem inibições.

Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista.

O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.

Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a recordação de uma epopéia vivida em comum?

Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.

Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da construção nacional.

O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.

O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e futuro.

Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência da história da pátria como sua história pessoal.

Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo a sua imagem do passado.

De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança impostos pela repetição de slogans e frases-feitas.

Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as guerrilhas, sendo novamente derrotada.

Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da "democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência Tricontinental de Havana.

Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.

No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade histórica do meio militar.

Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.

Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o povo no rumo de um futuro fictício. Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia.

É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.

Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais poderia vir?

Olavo de Carvalho

http://www.alertatotal.net/2012/07/os-militares-e-memoria-nacional.html

quinta-feira, 5 de julho de 2012

CORINTHIANS

05/07/2012 - 03h03

O maior dos campeões

Campeão invicto, o Corinthians se iguala ao Santos de 1963, embora Pelé & cia tenham jogado apenas quatro jogos --uma vitória e um empate com o Botafogo, sem Mané Garrincha, e duas vitórias sobre o Boca Juniors.
Agora, só sete clubes ganharam sem derrota --e desde 1978 que a façanha não era atingida.
O Corinthians, como se sabe, disputou e não perdeu nenhum dos 14 jogos. E deixou pelo caminho o Vasco campeão de 1998, o Santos tri e o Boca hexa. Certamente este time corintiano não é o melhor dos campeões brasileiros na Libertadores, mas se tornou o maior deles.
Porque o Santos de Pelé, o Cruzeiro de 1976, o Flamengo de Zico, o São Paulo de Telê Santana e Raí, o Palmeiras de Felipão e Alex, o São Paulo de Paulo Autuori e Rogério Ceni de 2005 e o Santos de Neymar no ano passado tinham times melhores, assim como o bicampeão Inter era do mesmo nível e por aí afora.
Verdade que o Grêmio, em 1983, também superou três campeões: Flamengo, Estudiantes e Peñarol. Que o Vasco, em 1998, passou por Grêmio, Cruzeiro e River Plate.
Que o Palmeiras, em 1999, derrotou Olimpia, Vasco e River Plate.
E que o Santos, no ano passado, eliminou Colo-Colo, Once Caldas e Peñarol.
Mas o Corinthians venceu campeões maiores, que somam dez títulos --e invicto o dobro de jogos dos maiores invictos.
Sim, o próprio Corinthians, com times superiores, não conseguiu ganhar no começo do século, o que apenas aumenta a façanha deste time que Tite conduziu com serenidade.
Oswaldo Brandão e Basílio, em 1977; Nelsinho Baptista e Neto, em 1990; Osvaldo de Oliveira e um timaço em 2000 têm agora companhia ilustre e cada um escolherá o seu herói.
Ralf que fez o gol do empate no último minuto na estreia e evitou uma crise.
Paulinho que fez no Vasco e roubou de Riquelme. Emerson e Danilo que despacharam o Santos.
Romarinho!
Cássio, Chicão e Leandro Cástan, todos que permitiram ao Corinthians sofrer tão poucos gols.
E a Fiel, é claro, que mais uma vez transbordou num Pacaembu que está se despedindo da vida do Timão, mas que entrou em sua história no IV Centenário de São Paulo, em 1954, sob a batuta de Cláudio, Luizinho e Baltazar para sair em grande estilo quase 60 anos depois.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/1115388-o-maior-dos-campeoes.shtml

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Meditacao...

Em plena Ditadura Constitucional

Por Marcos Coimbra

No antigo Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, sob a direção do seu então chefe Luiz Gushiken, um dos cenários prospectivos traçados partia da premissa de que Lula seria o presidente da República em 2022, ano de comemoração do bicentenário da independência do Brasil. Ora, isto só seria possível de acontecer nas seguintes hipóteses. Na primeira, Lula conseguiria obter, via plebiscitária, o direito de concorrer “ad eternum” à presidência, a exemplo do já conseguido por Hugo Chávez e outros, sendo reeleito continuamente. Na segunda, caso não conseguisse seu intento, elegeria um títere em 2010, o que foi feito, retornando ao poder em 2014, sendo reeleito em 2018 e permanecendo no poder até 2022.

Desta forma, o PT permaneceria no poder para sempre, pois, após oito anos de administração lulista, é evidente o quase completo domínio de todas as fontes geradoras de poder por ele. Se não, vejamos. Mais da metade dos componentes das mais altas cortes de Justiça do Brasil foi nomeada por Lula. O Legislativo é inteiramente submisso aos seus caprichos. Inexiste uma oposição digna deste qualificativo. Os sindicatos foram cooptados. Até as lideranças estudantis foram anuladas.

A mídia, com raras exceções, depende das verbas de publicidade da União e das estatais. Quem diverge e verbaliza sua crítica é silenciado. A exposição positiva de Lula é digna de um plano de Goebbels. Aparecia todos os dias em praticamente todos os principais veículos de comunicação, em especial na televisão, mais vista pelas classes D e E, segmentos mais importantes em uma eleição. Lula é o pai dos pobres e a mãe dos ricos, aliança imbatível.

Imagine o leitor mais doze anos de exercício na administração federal. Estaria consolidada, de maneira irreversível, uma ditadura constitucional brasileira, sem perspectiva de reversão. E o quadro de 2014 é assustador. Qualquer um dos principais candidatos em potencial até agora citados representa a continuação da mesma política de submissão aos interesses da banca internacional. As recentes ações de Lula foram claras. Ele quer voltar a ser o primeiro mandatário brasileiro. Dilma é apenas um instrumento para ele.

Caso, por absurdo, algum outro político seja eleito, em uma hipótese bastante improvável, não teria poder suficiente para mudar muita coisa na Economia do Brasil. Seria alvo de uma oposição implacável por parte dos petistas, dos chamados movimentos sociais e de outros segmentos hostis, que na prática inviabilizariam qualquer projeto diferente do adotado por Lula, em continuação ao realizado por FHC, no tocante aos aspectos econômico-financeiros.

A saída estaria no surgimento de uma nova candidatura, capaz de representar uma opção nacionalista no quadro existente. Porém, para ter chance de sucesso, deveria ser apresentada pelo maior partido político do Brasil, o PMDB, em virtude de sua capilaridade, do tempo no horário gratuito e da possibilidade de obtenção dos R$ 400 milhões necessários, no mínimo, para bancar uma candidatura viável à Presidência. Ocorre que este partido não pensa no poder como meio para consecução dos Objetivos Nacionais, mas como um fim em si mesmo, para usufruto das suas benesses.

Agora, mais do que nunca, devemos realçar a importância da defesa daquilo que ainda é nosso. De nossa cultura, de nossos valores, de nossos ideais, de nossas crenças, de nossos princípios, de nossas riquezas legadas por nossos maiores. Não podemos e não devemos envergonhar nossos antepassados. Vamos esquecer eventuais divergências, colocar para longe efêmeras vaidades e lutar para que o nosso país continue íntegro. Unirmo-nos enquanto é tempo, pois mais importante do que a arma utilizada pelo guerreiro é aquilo que ele sente no seu coração e o que pensa com sua mente.

A solução para nossos problemas passa pela recuperação da auto-estima nacional, pela volta dos sonhos legítimos de sermos uma grande potência, com nossos irmãos tendo direito a uma vida digna. Não queremos nada que não seja nosso. Exigimos apenas aquilo que já é nosso por gerações.

Nossos recursos naturais abundantes, a capacidade de trabalho do povo brasileiro, a habilidade de empreender característica de nossos empresários, a base econômica instalada, a tecnologia gerada por nossa criativa gente assustam as potências mundiais atuais. Por isto, eles não querem permitir nosso desenvolvimento. Tudo é utilizado pelo Sistema Financeiro Internacional, pela Trilateral, pelos detentores do poder econômico, para, inclusive, ridicularizar nossa fé. Militarmente, impedem que sequer tenhamos condições de defesa do nosso patrimônio. As Forças Armadas transformaram-se em Forças Desarmadas.

Economicamente, submetem a Nação às regras do Sistema Financeiro Internacional, por intermédio de seus agentes externos (FMI, Banco Mundial, BID, OMC, Diálogo Interamericano, cujo ideário foi operacionalizado no denominado Consenso de Washington) e internos (autoridades em postos de relevância formados no exterior com empregos garantidos quando saírem do governo). Tentam eliminar a capacidade de crescimento econômico e posterior desenvolvimento não só econômico como nacional, por meio da desnacionalização da nossa economia ou de sua eliminação (em especial, o segmento industrial), da subtração de nossas riquezas (através do contrabando ou da compra a preços vis) e, principalmente, empregando a privatização selvagem.

Será que isto não é o bastante para despertar a indignação do povo e motivar o início de uma campanha de âmbito nacional para evitar a perda de nosso patrimônio? Infelizmente, o país já perdeu muito de seu patrimônio e é chegada a hora de lutar para resgatar o que foi perdido. Vamos lutar, ombro a ombro, para preservar o futuro de nossos descendentes. Afinal, eles não nos perdoarão, caso não saibamos cumprir nosso dever.

http://www.alertatotal.net/2012/06/em-plena-ditadura-constitucional.html

domingo, 24 de junho de 2012

Vixe!!! o que a foto anterior...faz

Neocoronelismo urbano

Oposição de Erundina à aproximação Lula-Maluf reforça tese de que neste país o ‘novo’ nunca foi novo

23 de junho de 2012 | 16h 22

Carlos Guilherme Mota - O Estado de S. Paulo
Mal começado, o século 21 trouxe uma surpresa histórica: Lula se aliou a Maluf. O arco se fecha, e queima-se um bom candidato à condução da megacidade de São Paulo, capital financeira e cultural do País. Era só o que faltava para a caracterização completa dessa "república de coalizões" estapafúrdias, com seu futuro redesenhado nessa semana a partir da maior metrópole do País. Hoje, que significa mesmo ser republicano?
Maluf, então prefeito, vistoria obras na Av. Dr. Arnaldo, em 1969 - Arquivo AE
Arquivo AE
Maluf, então prefeito, vistoria obras na Av. Dr. Arnaldo, em 1969
Encerra-se um ciclo histórico, deixando para trás as esperanças de efetiva e sólida renovação político-social por conta do líder operário que nos anos 1970 pusera paletó e gravata para encontrar-se, a pedido, com o chanceler alemão Helmut Schmidt no hotel Hilton, centro de São Paulo, e explicar-lhe a nova era e o novo sindicalismo, o que impactou o sistema civil-militar de então. O mesmo bravo líder que enfrentou a ditadura a partir da "república do ABC"; o paciencioso torneiro que disputou – até ganhar! – eleições presidenciais contra forças de herdeiros da ditadura, da mídia e do capital financeiro e, vencedor, encarnou a vanguarda das lutas sociais na América Latina; esse líder não conseguiu fugir ao modelo autocrático-burguês. Pena.
Qual a lógica da política na terra bandeirante? Será possível fazer-se uma análise crítica das forças políticas que comandam a cidade desde, digamos, os tempos da ditadura e dos prefeitos biônicos até hoje? De que maneira os grupos econômico-financeiros, empreiteiras e respectivas forças políticas se revezaram na briga pelo poder? E o que tudo isso tem a ver com o modelo caótico de cidade que temos hoje? Não parece haver dúvidas sobre a importância da disputa municipal deste ano nas futuras eleições presidencial e estadual, sobretudo quando se recorda que o PT, como o antigo PTB e o atual PDT, sempre tiveram dificuldades eleitorais neste Estado e nesta anticidade. Desafio para todos, inclusive para a presidente Dilma, que vai melhorando em sua caminhada, sobretudo quando guarda alguma distância dessa sombra que não quer calar.
A galeria dos ex-prefeitos paulistanos ostenta de tudo, em termos humanos e de interesses do capital. Nossa urbe, marcada pela preocupação com o bem comum (o "ben comun", como se lê nas Atas da Câmara já no século 16) e os interesses da coletividade, teve fortes lideranças, desde o Morgado de Mateus (1765–1775) até o verdadeiro estadista que foi Prestes Maia, já no século 20, estudado pelos eruditos Benedicto Lima de Toledo e Candido Malta Campos, este em sua obra fundamental Rumos da Cidade. Ao revisitarmos a galeria dos ex-prefeitos, sem preocupação de arrolamento, nota-se que alguns são destacáveis (Faria Lima, Olavo Setúbal, Mário Covas, Luiza Erundina, Marta Suplicy, José Serra), outros "esquecíveis" (Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Celso Pitta, Paulo Maluf). Mas convidemos o (e)leitor a avaliar o que cada um/uma representou ou ainda representa.
Na atualidade política, dizem os incautos ou muito espertos que direita e esquerda são definições que já não têm sentido. Carentes de leitura de livros, revistas e do mundo contemporâneo, lhes bastaria constatar as diferenças na França entre os projetos de um François Hollande e uma Marine Le Pen, ou no Brasil, entre os de Covas e Pitta, ou entre os de Maluf e (digamos) Lula.
O problema é que, de tempos em tempos, a capital paulista gera quasímodos políticos como Paulo Salim Maluf, um dos pilares da ditadura de 1964. O ex-governador, ex-candidato à Presidência da República e ex-prefeito de São Paulo (as ossadas de Perus não permitem esquecê-lo), nessa aproximação com o ex-presidente Lula com vistas à eleição municipal para escolha do novo prefeito da maior cidade da América Latina, obriga o cidadão minimamente ético e atento à História e a nossa vida política e social a se perguntar se não estamos vivendo mais uma ficção de mau gosto. Nesta agora cidade-pânico, penso no cidadão ativo que se recusa a ser alvo daquela frase ácida de Raymundo Faoro, quando dizia que "o Brasil é um país de otários", uma sentença dura do girondino radical, mas que se atualiza cada manhã ao tomarmos conhecimento do noticiário nacional, ou tentarmos entrar em um metrô (digamos, a Linha Vermelha, de Itaquera à Barra Funda), ou simplesmente atravessar a rua na faixa de pedestres. O problema é que o girondino gaúcho não logrou ensinar a radicalidade responsável ao seu amigo pernambucano, que deveria ser adotada como estratégia e referência em face dos "donos do poder". Ou seja, do patronato político brasileiro, incluídos os últimos lamentáveis ministros das Cidades, no ministério hoje nas mãos do PP de Maluf. Pobres cidades brasileiras…
Neste país de amnésicos, vale recordar o velho Marx, pois do PT, um partido de esquerda, poderíamos esperar tudo, menos a aliança Lula-Maluf. Marx dizia que, ao longo da história há fenômenos que podem se repetir: na primeira vez, ocorrem como tragédia; na segunda, como farsa. Historicamente, na prática, Paulo Maluf contradiz Marx, pois a primeira vez que ocupou posto público foi farsa, a segunda também, a terceira idem, e assim sucessivamente, até essa semana de sucesso… Mas Marx nunca foi bem lido por eles, ou talvez nem sequer lido, e muito menos pensado, sobretudo em suas páginas incômodas sobre os lumpesinatos – de onde provêm a massa dos eleitores de Maluf – que, despidos de ideologia ou filosofia, topam qualquer parada e constituem um freio para o avanço da História.
Como explicar o que aconteceu essa semana em São Paulo, senão pela confluência, para fins eleiçoeiros, de duas lideranças populistas para puxar as massas de seus respectivos eleitores? De uma parte, as gentes de Maluf, liderança que mobiliza moradores da periferia – muito menos do que se imagina, talvez Marta mobilizasse mais –, mas também segmentos da pequena burguesia, o curral decrescente e disperso de desavisados, "despossuídos" e politicamente deseducados. E, de outra parte, os eleitores de Lula e do PT, que, apesar das crescentes defecções, compõem o contingente daqueles que creem que seu carismático líder, historicamente importante, ainda representaria a possibilidade de superação, via reforma, do capitalismo selvagem e da redenção dos trabalhadores. Ou seja, da fração da classe operária que subiu ao paraíso, como espera subir a fração mais abaixo, que aguarda sua vez (e a inadimplência) na antessala das agências de automóveis.
Enfim, uma obra de antiarte política, o encontro Maluf-Lula, que nem a burguesia mais esclarecida e empenhada poderia imaginar, muito menos arquitetar um símile competidor em suas hostes. O resultado, convenhamos, é a massificação bruta de nosso capitalismo periférico, em que tudo vale nada. E que acelera o processo de deseducação cívica e política dos jovens, o desencanto dos maduros e a descrença dos democratas nos valores do socialismo reformista. Nesse processo, desceram pelo ralo o contrato social, as lutas de classes ("apagadas" justamente no período dos governos Lula), da cidadania pura e dura, das visões progressistas de mundo e de política. Enfim, dos valores humanistas. Recorde-se que Chico de Oliveira, um dos ex-fundadores do PT, já concluíra em 2006 que "o papel transformador do PT se esgotou" (Folha de S. Paulo, 24-7-2006, p. A-12). Naquele mesmo ano, o conservador liberal Claudio Lembo sentenciava: "Lula não tem tendência a ditador. É um operário do chão de fábrica. Conhece a vida de verdade. É um pequeno burguês, apenas isso" (Folha de S. Paulo, 31-12-2006). Após o levante do PCC em 15 de maio daquele ano, em que a sociedade civil paulistana se acoelhou, a "paz" voltava a reinar na capital do capital no Brasil…
A recusa da ex-prefeita Luiza Erundina em participar dessa aproximação com Maluf vem reforçar a tese de que, neste país velho e periférico, o "novo" não é novo, e nunca foi. Rapidamente, o supostamente novo ficou velho, correndo de costas em direção ao passado, como se vê na foto histórica, com o candidato Fernando Haddad sem graça entre dois Poderosos Chefões, foto antes inimaginável. A combativa ex-prefeita Erundina, com sua recusa em participar do jogo, demonstra que o pragmatismo rasteiro não pode passar por cima de valores éticos, na política como na vida. Convidado em seguida para o posto, Pedro Dallari optou por trilhar o mesmo caminho da ex-prefeita.
O fato é que a socialista paraibano-paulistana criou um forte lema para a nova sociedade civil brasileira: "Não aceito". E pôs em alerta seu próprio partido, que vem crescendo e conquistando papel importante no cenário nacional. Que ele só terá a ganhar com tal recusa, o tempo dirá. As lideranças burguesas nacionais e as dos trabalhadores, sobretudo aquelas pessoas cidadãs preocupadas com o ethos, a transparência e o mores positivo em política e na formação de um Brasil democrático, republicano e moderno, têm agora uma possibilidade de interlocução com gente de respeito. Quanto ao PT, terá que rever o lugar da ex-prefeita Marta Suplicy no quadro local e nacional; e o PSB de Eduardo Campos, de reavaliar o valor da ex-prefeita Luiza Erundina. Do mesmo modo, os outros partidos, sobretudo o PMDB, que não podem continuar a ter esse papel de vala comum dos descorados camaleões.
Na metrópole paulistana, testemunha-se nos dias atuais o fim da História. Mais precisamente, de uma certa e bela História, que alimentou as expectativas e siderou corações e mentes (lembram-se dessa expressão?) de três ou quatro gerações. Não se trata, está claro, do fim da História de Francis Fukuyama, ideólogo de sucesso e garoto-propaganda de um capitalismo predatório "avançado" e desistoricizante. Ou seja, daquela forma de organização econômico-social que só poderia dar no que deu, mas que gerou a reação social e político-ideológica positiva que resultou na eleição de Barack Obama – uma liderança bem formada política, cultural e ideologicamente. No Brasil, o momento é de desilusão das gerações, mas como a História continua, há que se buscar sinais de novos tempos, de uma nova era.
Como analisar tantas expectativas hoje frustradas? Neste país de tradição colonial, talvez a ascensão de Lula e o crescimento do lulismo possam ser entendidos por conta do velho gosto aristocrático pelo popular, cultivado até por frações da alta burguesia e de classes médias ascendentes, um "apreço" genérico por operários, sobretudo se qualificados e bem pagos. Operários que não tivessem seus macacões sujos de graxa, que fossem conversáveis (e conversíveis) como Lech Walesa, o polonês do Solidariedade. Tal "apreço’ lembra os abraços que o grande abolicionista e aristocrático Joaquim Nabuco dava nos militantes negros, eventualmente convidados a subir em seu palanque, mantendo, porém, ligeira distância.
"Tudo que é sólido se desmancha no ar", sabemos hoje. E os carismas e populismos, como o de Jânio Quadros, também se desfizeram com o tempo, por inconsistência. Hoje, ouvem-se os aplausos de plateias que, deseducadas e mal formadas, eventualmente também são atraídas pela musicalidade da "canção nova" e pela singeleza ideológico-teológica de padres-cantores e pregadores espertos. Amanhã, quem sabe isso mude.
Nesta terra de carismas fáceis e "miséria farta" (como diria Anísio Teixeira), em que a modernidade vem sendo adiada com método, "conciliação" e rigor, talvez estejam sendo geradas, em algum canto, novas visões de mundo, lideranças e mensagens menos simplistas e grosseiras sobre o que vem a ser política, sociedade, cultura. Pois a História continua…


http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,neocoronelismo-urbano,890582,0.htm

terça-feira, 5 de junho de 2012

100 Cura

Revista que ataca PT por caso Celso Daniel é apreendida em SP

Revista traz em sua matéria de capa caso Celso Daniel e associa petistas a esquema de corrupção. Foto: Reprodução Revista traz em sua matéria de capa caso Celso Daniel e associa petistas a esquema de corrupção


A publicação desta semana da revista Free,que traz em sua matéria de capa uma reportagem sobre um suposto esquema de corrupção comandado pelo PT, que teria relação com o assassinato do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, teve vários exemplares apreendidos nesta quinta-feira, em Mauá.
Devido ao fato, os diretores da publicação registraram um boletim de ocorrência - divulgado no Facebook da publicação - no 1o. distrito de Mauá pelos diretores da Revista Free SP após a constatação de abuso de poder por parte do secretário Carlos Tomaz na apreensão de revistas e de um carro da distribuição.
De acordo com a matéria apresentada na revista - distribuída gratuitamente no metrô de São Paulo e nas regiões próximas às estações -, cuja chamada de capa tem como título "Muito além da morte", a organização do esquema criminoso, que atualmente seria comandado pelo prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, teria como objetivo manter o PT no poder

http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2012/noticias/0,,OI5807023-EI19136,00-Revista+que+ataca+PT+por+caso+Celso+Daniel+e+apreendida+em+SP.html

sábado, 2 de junho de 2012

Uma visao...caolha...


Despresunção de inocência

Se Lula quis ‘melar’ o mensalão, valeria então supor que Gilmar quis ‘melar’ a defesa, avalia cientista político

02 de junho de 2012 | 15h 29

Renato Lessa
Há poucas semanas, o País, se concedido direito à metonímia, abrigou um experimento que, sem exagero, é portador de motivos para orgulho. Refiro-me à instalação em palácio da Comissão da Verdade. Ainda que seus resultados práticos sejam incertos, e pertençam antes aos domínios das mais diferentes e opostas expectativas, o evento que marcou seu lançamento abrigou ares de condensação republicana. Isso não apenas pelo cuidado de ali incluir chefes de governo que, em graus diferentes, ocuparam seus postos por força de procedimentos legítimos, mas por sugerir que o tema da verdade – de alguma verdade, ao menos – pode ter lugar na vida pública. A própria presidente, de modo eloquente e incomum na história da República, demonstrou o que podem significar a ideia e a figura de chefe de Estado.

Apesar de incertos os efeitos futuros, houve desde já um efeito imediato, qual seja o de inserir o tema da verdade em casulo distinto do de seu lugar natural. A elucidação do que ocorreu com mortos, desaparecidos e torturados, além de conferir materialidade retrospectiva à experiência do estado de exceção, amplia o conjunto de informações disponíveis a respeito da história recente do País. Mesmo que inúmeras interpretações e atribuições de sentido possam ser construídas, acena-se com a possibilidade de uma "narrativa básica", tal como o fizeram os primeiros historiadores do Holocausto; o grande Raul Hilberg, antes de todos. Assim, e por um átimo, o tema da verdade insinuou-se de modo invulgar em nossas reflexões a respeito do País. Bastou, contudo, uma conversa mal-ajambrada e mal explicada no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, para que o tema fosse devolvido a seu estado habitual, o da indeterminação e do disfarce. Para dizê-lo de outro modo: os dias que sucederam à instalação da Comissão da Verdade foram, como quê, dias de certa suspensão da experiência ordinária da política; o mencionado encontro a três, e as versões desencontradas e incompatíveis entre si dali emanadas, constituiu-se, por oposição, como experiência de des-suspensão ou, se quisermos, de desabamento e de gravitação natural.
Céticos, penso, antes de descartar o tema da verdade, com a falta de hesitação típica de dogmáticos pós-modernos, têm por essa dama – a verdade – sincero respeito, além de considerável pudor. Isso a ponto de recusar inscrever o termo "verdadeiro" em qualquer predicado, atribuído a qualquer aparência. Céticos, sobretudo, não são necessariamente parvos: não saber onde está a verdade não impede a presença de uma sensibilidade para com o implausível. Juízos de plausibilidade são suficientes para que nos movamos no mundo e configuremos nossas orientações e escolhas. Há, por certo, no episódio um abismo insondável: qual dos três protagonistas "diz a verdade"? Questão grave, diante da qual muitos não hesitarão em apresentar respostas definitivas, todas movidas por inclinações afetivas e biliares. Como, então, lidar com o abismo da indeterminação da verdade, nesse caso?
Sugiro, no que segue, uma série de procedimentos aproximativos. Antes de tudo, parece ser sábio adotar algo que poderia ser designado como uma despresunção de inocência dos envolvidos. Se, do ponto de vista penal, o procedimento é inaceitável, do ponto de vista cognitivo a coisa pode ser útil: se há suporte para supor que o ex-presidente Lula quis "melar" o julgamento do mensalão, pela abordagem ao ministro Gilmar Mendes, há idêntica plausibilidade em supor que este quis "melar" a defesa, ao pôr a boca no trombone, e evitar o tratamento apropriado e institucional da suposta ofensa.
Portanto, a abordagem do ocorrido poderia iniciar pela consideração de aspectos internos e inerentes. Há no âmago do evento uma série de implausibilidades: a casualidade do encontro, a amnésia do ex-ministro Jobim, a indeterminação da fonte para a matéria-denúncia, a participação do ministro Gilmar apenas como confirmador do trabalho dos repórteres, etc.
Uma abordagem externalista poderia partir de uma premissa simples: uma conversa dessa natureza não poderia ocorrer. Isso tanto por razões de ordem, digamos, republicanas, mas sobretudo pelo déficit de confiança, ao que parece, envolvido na interação. As hipóteses são todas abjetas: se a narrativa do ministro Gilmar Mendes corresponde à verdade, algo de grande gravidade terá ocorrido; se for inverídica, algo de gravidade grande se passou.
De um ponto de vista consequencialista, ao que parece o episódio foi vencido por quem pretende garantir forte carga dramática ao julgamento prestes a ser feito, e em neutralizar juízes neófitos, supostamente gratos por suas investiduras. Não é recomendável ver na reação do ministro Gilmar nada mais do que manifestação de ultraje pessoal e institucional.
O pano de fundo disso tudo parece ser uma experiência de república na qual o direito penal vale como recurso de inteligibilidade. Diante da indeterminação da verdade, e do esforço militante de fazê-la cada vez mais inapreensível e irrelevante, o desejo infrene de prender os inimigos vale como único recurso de fixação de sentido. Ao que parece, após uma breve incursão do espírito, estômago e fígado repõem suas pretensões a sedes fisiológicas da consciência política nacional.

http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,despresuncao-de-inocencia,881461,0.htm

terça-feira, 22 de maio de 2012

A INVASAO AMARELA

Empresa chinesa compra salas de cinemas nos EUA e vira líder mundial

21 de maio de 2012 | 14h38
Sílvio Guedes Crespo
A indústria americana de cinema, que está mais acostumada a se expandir rumo a outros países do que a ser engolida por concorrentes externos, teve nesse fim de semana uma experiência de inversão de papéis.
A AMC Entertainment, rede com 5.028 salas de cinema nos Estados Unidos e Canadá e público anual de 200 milhões de espectadores, foi comprada por um conglomerado privado chinês, o Dalian Wanda Group, por US$ 2,6 bilhões. A companhia americana é a segunda maior de seu país no setor; a chinesa é líder na Ásia e, com o negócio, tornou-se a maior rede de salas de cinema do mundo.
O grupo chinês disse que vai usar parte do dinheiro para pagar dívidas e ainda investirá mais US$ 500 milhões na empresa dos EUA, elevando o valor do negócio para US$ 3,1 bilhões.
O jornal Los Angeles Times notou que esse foi o maior investimento já feito por uma empresa chinesa na indústria de entretenimento dos EUA.
Normalmente, nesse setor o capital faz o caminho inverso: sai dos EUA e vai para a Ásia. Por exemplo, as americanas News Corp, Walt Disney e DreamWorks fizeram investimentos na China recentemente.
Para o LA Times, o negócio entre o grupo Wanda e a AMC vai aumentar o poder de barganha da China nas negociações com os estúdios de Hollywood “ávidos por se expandirem em um mercado de crescimento rápido como o chinês”.
Os grandes estúdios de cinema dos EUA tentam aumentar a exibição de seus filmes na China, país com 1,3 bilhão de habitantes. Porém, os chineses ainda têm restrições a esse movimento. Uma reportagem recente do New York Times informava que o governo dos EUA estava investigando pelo menos três empresas de Hollywood suspeitas de  subornar autoridades chinesas.
‘Filmes seguem a bandeira’
O investimento do grupo Wanda não representa simplesmente mais dinheiro no caixa de uma empresa asiática, mas, principalmente, a possibilidade de levar filmes chineses a outros países.
No anúncio oficial da compra da AMC, o grupo Wanda frisou que investe fortemente na indústria cultural, inclusive na produção de filmes. Agora, terá mais salas para exibir suas produções. Como já foi dito nos EUA, e o chineses certamente não ignoram isso, “films follow the flag” (os filmes seguem a bandeira), ou “aonde vão nossos filmes chegam nossos produtos“.



http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2012/05/21/empresa-chinesa-compra-cinemas-nos-eua-e-vira-lider-mundial/