quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Fumaca preta...

Quatro dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o PSDB entrou nesta quinta-feira (30) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com um pedido de auditoria especial no resultado das eleições.
A ação, assinada pelo coordenador Jurídico Nacional do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), pede que seja autorizada a criação de uma comissão formada por técnicos indicados pelos partidos políticos para a fiscalização dos sistemas de todo o processo eleitoral.
O PSDB argumenta que não coloca em dúvida a lisura da apuração e o trabalho do TSE, mas justifica que, depois de anunciada a vitória da petista, surgiu, especialmente nas redes sociais, uma somatória de denúncias e desconfianças por parte da população brasileira.
Sampaio afirmou que não se trata de recontagem dos votos, mas de uma medida para evitar que teorias de que houve fraude no processo continuem sendo alimentadas e colocando em xeque a postura adequada da Justiça Eleitoral.
Nas redes sociais os cidadãos brasileiros vêm expressando, de forma clara e objetiva, a descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infalibilidade da urna eletrônica, baseando-se em denúncias das mais variadas ordens, que se multiplicaram após o encerramento do processo de votação, colocando em dúvida desde o processo de votação até a totalização do resultado, diz o texto.
No documento, o tucano alega que a diferença entre três horas entre o encerramento da votação no Acre e os demais Estados que seguem o horário de Brasília e a margem apertada de diferença são elementos que acabaram por fomentar, ainda mais, as desconfianças que imperam no seio da sociedade brasileira.
A ação afirma que o intuito da auditoria é dissipar quaisquer dúvidas sobre a intervenção de terceiros na regularidade do processo de votação e apuração dos votos
O PSDB aponta ao TSE que as suspeitas ganharam tanta dimensão, que até uma petição virtual para exigir uma conferência do resultado está disponível na internet, com 60 mil assinaturas.
É justamente com o objetivo de não permitir que a credibilidade do processo eleitoral seja colocada em dúvida pelo cidadão brasileiro que nos dirigimos neste momento à presença de Vossas Excelências para, respeitosamente, requerer que permita a realização de um processo de auditoria nos sistemas de votação e de totalização dos votos, por uma comissão de especialistas formada a partir de representantes indicados pelos partidos políticos, afirma a ação.
O TSE proclamou na terça-feira o resultado parcial das eleições na terça-feira confirmando a reeleição de Dilma. A proclamação oficial ocorrerá após julgamentos de relatórios, feitos por ministros do TSE, sobre as eleições nos Estados. A expectativa é que a proclamação definitiva aconteça na sessão desta quinta-feira (30).
A petista foi reeleita na disputa presidencial mais acirrada da história do Brasil, derrotando Aécio somando 51,64% dos votos válidos (54,5 milhões de votos), ante 48,36% (51 milhões) do tucano.
O PSDB requer a análise de cópia dos boletins de urna de todas as sessões eleitorais do país, documentos, impressos ou manuscritos gerados em todas as sessões eleitorais do país; cópia dos arquivos eletrônicos que compõem a memória de resultados obtidas a partir dos dados fornecidos por cada seção eleitoral; arquivos eletrônicos detalhados, originais e completos, correspondentes à transmissão e ao recebimento de todos os dados de apuração; entre outros.


http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1541043-psdb-pede-ao-tse-auditoria-especial-no-resultado-das-eleicoes.shtml

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Ou vai ou racha...

Escândalo na Petrobras atinge centro do poder no DF


Deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal, a Operação Lava Jato revelou um grande esquema de corrupção envolvendo a principal estatal brasileira, a Petrobras, colocou na berlinda, em pleno período eleitoral, os principais partidos da base governista - PT, PMDB e PP -, respingou na oposição, também suspeita de receber dinheiro desviado, e bateu à porta do Palácio do Planalto nos dias que antecederam a votação deste 2º turno da disputa presidencial.

A terceira etapa das investigações, que começa agora a ser colocada em prática após as delações premiadas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, terá como alvo o centro do poder da República, com estragos políticos ainda imprevisíveis. O primeiro escalão das gestões petistas (2003 a 2014), parlamentares de situação e oposição e ministérios estratégicos, como Minas e Energia, Saúde e Transportes, serão foco da devassa.

A narrativa do escândalo, construída a partir dos depoimentos dos dois principais alvos da operação - Costa e Youssef, que querem reduzir suas penas ao colaborar com a Justiça por meio de delação -, traz ao público um esquema que teria sido criado a partir de 2004 e reforçado no ano seguinte, já sob influência das denúncias do mensalão.

Com a operação do empresário Marcos Valério exposta pelas acusações do ex-presidente do PTB Roberto Jefferson, os parlamentares da base aliada do governo Luiz Inácio Lula da Silva passaram, segundo os delatores, a mirar os contratos da Petrobrás.

A partilha, segundo os depoimentos do ex-diretor e do doleiro, envolvia propinas para PT, PMDB e PP de até 3% dos grandes contratos fechados pelas empreiteiras com a estatal petrolífera, boa parte deles ligada à construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco.

O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi apontado como o responsável por operar parte do esquema de arrecadação, que era intermediado com as empreiteiras por Costa, cujo nome foi imposto pelo PP ao governo Lula. Ele ficou na diretoria de Abastecimento de 2004 a 2012.

O dinheiro desviado, contaram os delatores, também foi parar nas contas do PSDB, partido de oposição, e do PSB, que já foi governista e hoje é adversário do PT. Segundo os relatos feitos na delação premiada, os tucanos cobraram R$ 10 milhões, entre 2009 e 2010, para abafar a CPI da Petrobras, aberta no Senado para investigar, entre outras coisas, a obra de Abreu e Lima. A comissão no Congresso, que tinha ampla maioria do governo, acabou sem conclusões.

No caso do PSB, o senador eleito Fernando Bezerra Coelho é acusado de ter pedido e recebido R$ 20 milhões em 2010 para a campanha de reeleição do então governador de Pernambuco, Eduardo Campos - morto em um acidente aéreo em agosto, quando era candidato ao Palácio do Planalto. Bezerra é ex-ministro de Integração Nacional do governo Dilma Rousseff, cargo que ocupou de 2011 - quando foi indicado por Campos - a 2013.

A Polícia Federal começou a ter as primeiras pistas de que algo errado ocorria nos grandes contratos da Petrobras em meados do ano passado. Passou a investigar o caso. Foi só a partir da deflagração de prisões de alguns dos envolvidos, neste ano, no entanto, que os policiais federais se deram conta de que estavam diante de algo muito maior.

Agora, os nomes de Lula e Dilma também estão no caso, a partir de revelação feita na sexta-feira, 24, pela revista Veja. Segundo a publicação, Youssef afirmou na delação premiada que a presidente e o ex-presidente sabiam do esquema na Petrobrás. Dilma vê nas denúncias uma forma de "golpismo" e "terrorismo eleitoral". Todos os outros políticos e dirigentes partidários citados pelo doleiro e pelo ex-diretor negam enfaticamente relação com o esquema apontado pelos delatores. Após a votação deste domingo, 26, em um ambiente descontaminado pela disputa eleitoral, a Polícia Federal espera separar o que é fato e o que é só versão.

Gestão

A ironia no caso Petrobras - apontada tanto por aliados do Palácio do Planalto quanto por detratores - é que foi Dilma quem ajudou a levar a estatal para o centro do ringue político em ano eleitoral. No mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrava a Operação Lava Jato, em 17 de março, a presidente se debruçava sobre uma questão: como responder ao fato de ter aprovado a malfadada compra da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006, quando era ministra da Casa Civil de Lula e comandava o Conselho de Administração da estatal. O questionamento havia sido feito pelo jornal O Estado de S. Paulo naquele dia a partir de informações de que Dilma em nenhum momento se opusera ao negócio em sua primeira fase, quando 50% da unidade foi adquirida.

Tratava-se de uma compra polêmica pelo fato de a Astra Oil, antiga proprietária, ter pago valor muito inferior ao que fora desembolsado pela estatal para obter 50% da unidade. A suspeita é de que a Petrobrás havia feito, no mínimo, uma barbeiragem administrativa sob consentimento da então ministra Dilma.

Na resposta enviada ao jornal, a presidente acabou deflagrando uma crise interna na companhia. Afirmou que só apoiara a compra da refinaria porque havia se baseado em um parecer técnico "falho", sem todas as informações necessárias para a concretização da transação. O Tribunal de Contas de União (TCU) apontou prejuízo de US$ 792 milhões na compra da refinaria e responsabilizou a diretoria pelo rombo, isentando o Conselho de Administração. As investigações das autoridades, porém, permanecem em curso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.opovo.com.br/app/politica/ae/2014/10/26/noticiaspoliticaae,3337438/escandalo-na-petrobras-atinge-centro-do-poder-no-df.shtml

domingo, 12 de outubro de 2014

Em São Paulo, Dilma foi campeã de votos...

... Nos presídios


Em ao menos um segmento do eleitorado no Estado de São Paulo, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o candidato petista ao governo, Alexandre Padilha, foram campeões de votos: entre os presidiários. Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral, a petista recebeu 51% dos votos válidos (460 votos) contra 9% (81 votos) do tucano Aécio Neves — a candidata derrotada Marina Silva (PSB) teve 22% (203 votos). Para se ter uma ideia, em todo o Estado, Dilma conseguiu 25,82% dos votos (5.927.503 votos), enquanto Aécio angariou 44,22% (10.152.688 votos). Marina ficou com 23,09% (5.761.174 votos). O desempenho petista se manteve na disputa estadual. O candidato derrotado Padilha arrebanhou 42% dos votos válidos (382 votos), ante 13% (118 votos) de Geraldo Alckmin — Paulo Skaf (PMDB) ficou com 16% (150 votos).

O levantamento também mostrou que o ex-palhaço Tiririca foi o candidato a deputado mais votado (333 votos) nos presídios paulistas. Ao todo, 897 presos votaram nessas eleições em quatorze unidades prisionais do Estado. Apenas as prisões que tinham mais de cinquenta eleitores receberam urnas no último domingo.

(Eduardo Gonçalves, de São Paulo) – Veja

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mau carater...PULHA!!!



Lula diz que foi 'trucidado' por oito anos pela imprensa


A militantes em comício na cidade de Diadema, ex-presidente critica cobertura jornalística e se diz vítima do ódio da elite

"Aqui no Brasil, quando uma pessoa que não faz parte da elite chega ao governo, normalmente, é trucidado pela imprensa", afirmou o ex-presidente

Diadema - No último dia permitido para a realização de comícios, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu a cidade de Diadema, no Grande ABC (SP), reduto tradicional petista, para fazer duras críticas à imprensa e dizer que é vítima do ódio da elite. O petista afirmou ainda ter sido "trucidado" pela imprensa durante os oito anos em que esteve à frente do Palácio do Planalto.

"Não existe liberdade de imprensa. Existe uma doutrina de nove famílias que dominam a comunicação nesse país, que determina quem é o inimigo, quem é bom e quem é ruim neste país, o que vai mostrar e o que não vai mostrar", disse ele, em ato pela candidatura do candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha.

Em um discurso de cerca de 18 minutos dirigido à militância, Lula dedicou metade do tempo para criticar os meios de comunicação, que seriam, segundo ele, responsáveis por uma perseguição "descomunal" contra o PT. Em cima de um carro de som, na praça central da cidade, o ex-presidente citou dados do estudo feito por uma Universidade do Estado do Rio de Janeiro que compara a tendência das manchetes e as chamadas das notícias dos principais veículos de comunicação do país - os jornais Estado, Folha de S.Paulo e O Globo, além do Jornal Nacional, da rede Globo - de reportagens positivas e negativas sobre os três principais candidatos à presidência, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB).

Segundo os dados citados em voz alta pelo ex-presidente, os veículos publicaram mais reportagens negativas contra Dilma e positivas sobre Marina. "Estou contando isso para que as pessoas saibam que a perseguição ao PT é um negócio descomunal", disse.

Lula disse imaginar que "ódio" era contra ele, pelo fato de ser analfabeto e ter chegado à Presidência, mas afirmou que com a presidente é pior por ser um preconceito contra a mulher. "Dilma é letrada. É formada em Economia na Unicamp, tem mestrado na Unicamp. então eles não poderiam ter da Dilma o ódio que tinham do analfabeto". "Contra a Dilma eles são muito mais violentos. É o preconceito contra mulher."

Ao comentar que todos aqueles que não eram da elite e chegam à Presidência são "trucidados" pela imprensa, Lula se comparou a ex-presidentes, como Getúlio Vargas e João Goulart. "Aqui no Brasil, quando uma pessoa que não faz parte da elite chega ao governo, normalmente, é trucidado pela imprensa. Eu fui durante oito anos, Getúlio foi, Juscelino foi, João Goulart foi".

Lula percorreu as ruas do comércio de Diadema em carro aberto ao lado de Padilha. Em frente a uma Unidade Básica de Saúde, o ex-presidente, num discurso que durou por cerca de oito minutos, disse que o PT tem defeitos como qualquer família. "O PT tem defeito? Tem. É como na casa da gente a gente tem três, quatro filhos e nem todos são iguais, tem um que é bonzinho, tem um que é mais capetinha". Sem citar nominalmente o caso do mensalão, Lula convocou a militância a não perder o orgulho do partido. "Aqueles no PT que erraram nós mesmos punimos", disse.


http://politica.estadao.com.br/noticias/eleicoes,lula-diz-que-foi-trucidado-por-oito-anos-pela-imprensa,1569762