quarta-feira, 25 de março de 2015

Xerox do Pulmao...



Por Jacornélio M. Gonzaga
Em 1945, Eric Arthur Blair, jornalista inglês, escreveu, sob o pseudônimo de George Orwell, o seu mais famoso livro, “A Revolução dos Bichos”, fazendo de sua obra uma inteligente crítica ao sistema socialista.
A estória se passa na granja de propriedade do Sr. Jones. Insatisfeitos com a dominação e a exploração, os animais, liderados por um porco decidem fazer uma revolução. Assim, o inimigo seria todo aquele que andasse sobre duas pernas. Os animais se organizam e expulsam Sr. Jones da granja. Os porcos passam a liderar os demais e, considerando-se os animais mais inteligentes, abandonam as idéias socialistas. Passam a andar sob duas patas, se isolam dos demais animais e se apegam ao gosto de tudo que abominavam anteriormente.
Logo após a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética, a maioria dos bichos, principalmente os porcos, deixou de ser bípede e votou a andar de quatro.
No entanto, visando a sobrevivência da espécie, as raposas castristas (em extinção), contando com a ajuda de porcos latinos,  construíram ao sul do equador, com financiamento do BNDES, uma grande obra de engenharia, o FOSSO DE SÃO PAULO.
Trata-se de um obstáculo intransponível, que separa Pindorama (atual Fazenda Brasil)  e outras propriedades menores (Granja dos Cocaleiros, Estação Experimental Paraíso Bolivariano e o Sítio Más Grande del Mundo) das Terras da MODERNIDADE.
Acompanhando toda extensão do Fosso há uma via expressa, a Marginal Luís Inácio Lula da Silva,  cujas ramificações permitem a ligação com as outras propriedades.
O Fosso de São Paulo é formado pelas límpidas águas dos rios Tietê e Pinheiros e nele habitam alguns animais exóticos,  tais como: o sapo barbudo; o bicho-preguiça do altiplano;  o gorila bolivariano; a camaleoa da Patagônia; a anta enlameada (criação transgênica do sapo barbudo); e, um rol de bichos pré históricos, extintos no mundo civilizado.
Na Fazenda Brasil a maioria da população é composta por mamíferos ruminantes bovídeos da sub-família Caprinae: as ovelhas.
E como funciona a máquina?
A princípio não funciona, pois a gestão em Pindorama, se é que existe, é exercida atualmente pelos componentes do Partido da Tramóia (PT), agremiação política composta basicamente por sanguessugas  (anelídeos da classe Hirudinea), que detestam o trabalho (1).
Completando a aliança que desgoverna a Fazenda Brasil, encontramos políticos do Partido Me Dar Bem (PMDB) e de outros menores, que têm entre si fortes laços de família, são todos roedores: ratazanas, rato de telhado, rato do campo, rato do esgoto,  rato de forro e até pequenos camundongos, mas, todos ratos.
A política externa da fazenda, outrora capitaneada por Elefantes, animais inteligentes e de boa memória,  passou a ser  conduzida por uma gambá fedida e um bando de sagüis nanicos amestrados.
A defesa física das Terras de Pindorama continuou a cargo de gansos, leões e águias. Todos, hoje, sob o comando de um jacu. O problema é que os gansos não sabem mais nadar, os leões estão desdentados e as águias com catarata.
Não acreditando nas armas institucionais, preocupados com sua segurança pessoal e com a possibilidade de perder a boquinha, os porcos lulistas, os ratos adesistas e os sanguessugas petistas resolveram partir para o cangaço, reforçando a defesa da Casa Grande, por meio de elementos do bando Marajás Sem Trabalhar (MST).
Para tanto, o sapo barbudo convocou toda a sorte de desocupados para formar um exército composto pelos Chupa-bolsa (2) e comandados pelo bicho lixo-dos-lixos, cujo nome me recuso a pronunciar.
Por tradição, em todos os níveis, o poder legislativo pindoramandense é composto, na maioria, por hienas, ratos, sanguessugas e abutres. Senadores, deputados e vereadores primam pela astúcia,  cara de pau, sem-vergonhice e amor aos cofres públicos.
O Judiciário  lulo-dilmista foi quase todo reformado, com a entrada de novos membros, todos cervos do PT. Esses ruminantes têm um grande carinho e respeito pelos seus petralhas tratadores. Possuidores de uma fidelidade canina, fazem tudo o que o PT ordena, principalmente os da família "Tolewandobarro".
Dentro desse quadro ocorreram as eleições de 2014, a candidata ANTA, já enlameada pelo petrolão, prometeu à população:
- a bolsa-feno é "imechível", como são todos os direitos dos ovínos;
- o programa "minha baía, minha vida" será ampliado e entendido a carneiros e ovelhas;
- os atuais currais serão climatizados, de modo a não haver a necessidade de tosa no início do verão;
- para aqueles que compraram aparelhos de ar condicionado,  o governo vai garantir a energia ao seu funcionamento; 
- A indústria de lacticínios terá por base o leite de ovelha, ficando as cooperativas responsáveis pela coleta e distribuição.
Dois meses depois do início do novo governo, o quadro era o seguinte: o bolsa-feno passou a distribuir um capim de péssima qualidade; as condições para concretizar o sonho da baia própria foram por água abaixo, com a inserção de uma nova condição para o candidato – ser filiado ao Partido da Tramóia; com a falta de energia, os currais continuaram no clima de churrasqueira e aqueles eleitores da anta foram os mais atingidos, pois além de não ter grana para pagar o aparelho comprado, não têm dinheiro para arcar com o absurdo aumento do preço da energia elétrica; e, acostumados a mamar nas tetas das vacas, os petralhas não deram a mínima para a exploração do leite das ovelhas.
Revoltados, os carneiros e ovelhas realizaram uma marcha de protesto contra a gestão da anta. Foi um movimento nunca antes visto, os balidos ecoaram pelos caminhos da Fazenda Brasil.
A anta, pau mandado do sapo barbudo, mandou que o jacu empregasse os gansos, os leões e as águias contra os manifestantes, dizendo que caso não cessassem os movimentos contra sua governança, ela empregaria o exército do MST.
Jacu reuniu os bichos de farda e deu ordem para baixar o pau no povo. Aquele animal, investido de ministro da anta, esqueceu que ele era somente mais um petista e acreditou que sua absurda ordem seria cumprida, além de ter subestimado o brio dos fardados.
Coisas tinham acontecido: cansado de servir de chacota perante o Cisne Branco, o Ganso passou a freqüentar, escondido, aulas de natação numa piscina comunitária na praia de Ramos; o leão, aproveitando verbas advindas de alguns bicos (segurança em favelas, substituição das forças públicas em missões policiais, vacinação da cachorrada,  etc...) fez alguns implantes dentários com o material  disponível no mercado; e, por intermédio do SUS, a águia conseguiu realizar a cirurgia da catarata, passando a usar lentes suecas.
E lá se foi a massa de carneiros e ovelhas, protegida pelos silenciosos fardados, protestar na casa grande. Estavam preparados para o confronto que não queriam, mas caso o exército do MST atacasse, o Seu lá estava para defendê-lo.
(1) Finalmente descobri a forte relação da Deputada Luíza (Hirudinea) com  o Partido da Tramóia.
(2) Chupa-bolsa é o cruzamento do chupa-cabra com qualquer bolsista (família, ditadura, reclusão, escola, emprego, etc...)

http://www.alertatotal.net/2015/03/a-revolucao-dos-ovinos.html

segunda-feira, 9 de março de 2015

Uma andorinha...nao faz verao

Renúncia já

MIGUEL REALE JÚNIOR

A indignação em vista do descalabro moral e gerencial do governo veio à tona com a elevada rejeição da presidente. Fala-se cada vez mais em impeachment, cassação do seu mandato pelas vias legais.Em entrevista concedida por José Dirceu em junho de 1992 ao programa Roda Viva, disse o então deputado: "Não se faz impeachment na Câmara e no Senado, ele acontece na sociedade; eu disse e quero repetir que o impeachment não se resolve no Congresso Nacional, se resolve nas ruas e se resolve com uma coalizão político-partidária".Porém, além dos fatores sociais e políticos, consistentes no apoio das ruas e na expressiva maioria parlamentar, há de se ter, para o impeachment, a acusação de ação ou omissão enquadrável em algum dos 65 tipos de conduta descritos na Lei n.º 1.079, de 1950. Nos governos Lula e no primeiro mandato de Dilma, poder-se-ia encontrar a violação ao dever de probidade na administração pela ausência de zelo da moralidade administrativa, não se tornando efetiva a responsabilidade dos subordinados em face de delitos funcionais, tal como preceitua o artigo 9o, item 3, da Lei 1.079.Primeiramente, entendo que as infrações políticas que podem levar ao impeachment são exclusivamente previstas na forma dolosa, ou seja, intencional. Assim, os fatos devem revelar a intenção do governante de não tomar providências em vista da improbidade cometida por subordinados, o que circunstâncias a seguir lembradas podem indicar.Em 2009, sendo Lula presidente da República e Dilma chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, instalou-se no Senado a CPI da Petrobrás, tendo em vista, principalmente, relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) revelando sobrepreços na obra da Refinaria Abreu e Lima. No dia da instalação da CPI, Lula declarou que a comissão não era do Senado, era do PSDB, e só impatriotas punham a Petrobrás em investigação, tendo a certeza de não haver irregularidades na empresa e Dilma, "revoltada", afirmou que a Petrobrás tinha a contabilidade das mais apuradas do mundo.Lula interferiu na composição da CPI, combinando com o líder do PMDB, Renan Calheiros, a indicação da relatoria para o sempre governista Romero Jucá, ambos possíveis beneficiários dos desvios, segundo o procurador da República. Fernando Collor fazia parte da CPI e foi cooptado por Lula em troca do poder de nomear dois diretores da BR Distribuidora, suspeita de repassar importâncias ao senador. Os diretores sugeridos por Collor foram aprovados pelo conselho de administração presidido por Dilma. Estava tudo armado para o ocultamento.Romero Jucá, no relatório da CPI, concluiu que as indicações de sobrepreço na Abreu e Lima decorriam da aplicação equivocada de índices pelo TCU, certo de que o tribunal viria a concordar com suas assertivas.Lula e Dilma trabalharam para o fracasso das investigações do Senado e sabiam de tudo, segundo o doleiro Alberto Youssef. Na CPI encobriram-se irregularidades que só vieram à tona em março de 2014, sem nenhuma contribuição do governo Dilma. Já presidente da República, Dilma manteve a diretoria que administrava a Petrobrás, deixando que continuassem a surrupiar quantias astronômicas, impossíveis de não ser percebidas, e em parte desaguadas na tesouraria do seu partido.Mas mesmo que fique configurada conivência da presidente com os malfeitos, ao deixar sem apuração os desvios ao longo do tempo, tipificando-se, eventualmente, a conduta descrita no artigo 9o, item 3, acima lembrado, todavia, essa omissão dolosa teria ocorrido no período passado. A pena do impeachment visa a exonerar o presidente por atos praticados no decorrer do mandato. Findo o exercício da Presidência, não se pode retirar do cargo aquele cujo governo findou. Diz o artigo 15 da Lei do Impeachment que a denúncia deverá ser recebida se o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado o cargo. E Dilma deixara o cargo de presidente por ter terminado o mandato, tomando posse de outro, que se iniciou em 1o de janeiro com faixa presidencial e juramento.Assim, se há manifestações nas ruas e grave crise de governabilidade, complicada por inflação e estagnação, falta, no entanto, fato concreto entre janeiro e março deste ano constitutivo de infração política a justificar o impeachment. Com tempo para agir, o governo repensa a não aplicação da Lei Anticorrupção às empresas, que poderia levar ao impeachment, como bem suscitou Modesto Carvalhosa. Se não há crime de responsabilidade, pode haver crime comum, por ora com pedido de arquivamento.Na entrevista de 1992 ao Roda Viva, José Dirceu disse ser uma via a renúncia de Collor em razão de não ter "condições éticas e políticas de continuar governando o País". Tal sucede com Dilma. Há uma revolta em face da imoralidade do "desgoverno". Soma-se o amplo espectro político da corrupção revelado pelo procurador-geral da República, com ministros, presidentes do Legislativo e outros líderes do Congresso Nacional investigados no escândalo. Houve um ataque frontal à democracia com promiscuidade organizada entre Executivo e Legislativo. As bases da República foram corroídas no seu cerne. Apodreceram o Brasil.No próximo dia 15, a passeata dos indignados deve clamar por patriótica e ampla renúncia. Dilma não tem condições éticas e políticas para governar, carente de qualquer credibilidade pelo passado nefasto e por ausência de autoridade moral: é apenas a triste condutora de sua herança maldita com um séquito de ex-ministros investigados.A saída da crise é ainda mais estreita com representação do procurador-geral, pois Eduardo Cunha e Renan também devem renunciar à presidência de suas Casas. Malgrado a presunção de inocência, não contam com as imprescindíveis confiança e independência para desinfetar o Brasil.Renúncia já: a única via em busca de pacto sério para reconstrução do País.

MR-ADVOGADO, PROFESSOR TITULAR SENIOR DA FACULDADE DE DIREITO DA USP, MEMBRO DA ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS, FOI MINISTRO DA JUSTIÇA

http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,renuncia-ja-imp-,1646272

terça-feira, 3 de março de 2015

Elite Golpista...rsrs...

Elite golpista

Rodrigo Constantino

Li neste fim de semana uma entrevista no jornal com um ex-ministro que dá nome a um bem-sucedido plano de combate à inflação da década de 1980, na qual ele acusa, repetindo o discurso oficial do governo, que as elites não suportam a ascensão dos pobres e nutrem ódio ao PT por isso. Confesso, como presidente da ONG Elite Golpista Opressora (EGO), que o ilustre economista descobriu nossa conspiração.
Desde Cabral o Brasil é dominado pelas elites. Apenas com a chegada do PT ao poder isso mudou. A partir de 2003, são os pobres que estão no comando do país. Os banqueiros e empreiteiros ficaram para trás, catando migalhas, enquanto os garis e as empregadas domésticas chegaram ao topo da hierarquia. E isso nós da EGO não podemos admitir!
Alguns tentam argumentar que não é bem assim, que os petistas são os "novos ricos", frequentadores do hospital particular mais caro do país, usuários de jatinhos e todo o conforto que só o capitalismo pode oferecer. Mas é pura intriga da oposição. Em nome da sinceridade, vamos admitir: aquilo que não digerimos mesmo é a vida fantástica que o PT propiciou aos pobres brasileiros.
Onde já se viu? Onde isso vai parar? No modelo cubano, onde os pobres vivem exatamente como os demais, na fartura completa? Não vamos aceitar isso. Os pobres brasileiros sob o PT estão com uma qualidade de vida de fazer qualquer sueco morrer de inveja. O transporte público está uma maravilha, o SUS é quase perfeito, a segurança nas comunidades é absoluta. Isso é um ultraje para nós, golpistas da elite!
Vimos nesses dias uma grande paralisação de caminhoneiros revoltados com o aumento do combustível. Mas sabemos que os caminhoneiros são parte dessa elite abastada e golpista. Se analisarmos a vida dos mais pobres mesmo, veremos que tudo mudou para melhor. Ninguém sente a inflação de 7,5% no bolso, pois ela só afeta os mimados burgueses consumistas. Pobre pode simplesmente trocar carne por ovo e, pronto: a inflação desaparece.
A EGO não aguenta mais esse paraíso construído para os mais pobres à custa dos ricos. Os banqueiros vão viver de que se o governo resolver reduzir novamente os juros? É verdade que ele está no patamar mais alto dos últimos anos, mas fica sempre a angustiante dúvida no ar. E os empreiteiros? Como poderão comprar o leite das crianças sem o "petrolão", que é obra do FH? Imagina se o PT acabar de vez com os "malfeitos", como promete desde 2003: como a elite vai sobreviver?
Aécio Neves teve 51 milhões de votos na última eleição. Dilma venceu sem mentir, sem estelionato eleitoral. Colocou em prática tudo aquilo que prometeu na campanha. Não importa. As elites que a EGO representa estão furiosas, não com um suposto golpe da presidente, mas com suas medidas populares que tanto ajudam os mais pobres. É isso que nos tira o sono. Somos 51 milhões de ricos da elite nesse Brasil que mais parece uma imensa Suíça. Queremos arrocho salarial já. Queremos aumento de gasolina, de juros, de tarifas de energia. Por que Dilma nos ignora e faz tanto pelos mais pobres?
Por essas e outras temos espalhado por aí a ideia do impeachment. É verdade que Collor, atual aliado do PT, sofreu impeachment e que isso teve muito a ver com a pressão popular liderada pelos petistas. Mas naquela época não era golpismo, pois era o povo contra a elite. Agora é golpismo, pois é a elite contra o povo. Que seja. A EGO vai continuar espalhando a ideia por aí, pois não dá mais para conviver com tantos pobres melhorando de vida. Não vamos permitir que o Brasil seja tão próspero quanto a Venezuela!
Com receio do nosso golpe, o ex-presidente Lula já convocou até o "exército de Stédile", o líder do MST. Isso sim é constitucional. Sobre o MST, trata-se apenas de um "movimento social" legítimo, que invade, quer dizer, ocupa terras produtivas pois precisa fazer a reforma agrária nos moldes do Zimbábue, nem que seja na marra. Apenas nós da elite insensível temos esse apego bobo à propriedade privada.
Lula está fazendo seu papel de defensor da democracia e da Petrobras. Trata-se não de um agitador irresponsável, mas de um grande líder das massas. Por isso odiamos tanto o ex-metalúrgico. Pois só se preocupa com os mais pobres, e não liga para aqueles que possuem triplex no Guarujá ou circulam por aí de jatinho. Os petistas são muito abnegados e altruístas, e isso é revoltante. Está na hora de dar um basta. Está na hora de resgatar o poder novamente. Marchamos sob a liderança do ícone da elite branca, o ex-ministro Joaquim Barbosa. Elite opressora unida jamais será vencida!
Rodrigo Constantino é economista e presidente do Instituto Liberal