Enquanto o Brasil chorava
No Brasil os bandidos é que determinamcomo e o que pode ser feito contra eles
Fernando Gabeira,O Estado de S.Paulo02 Dezembro 2016
04h00Na madrugada, como costumam sempre fazer, os deputados votaram um texto destinado a golpear a Lava Jato e intimidar os procuradores e juízes. Dessa vez uma madrugada de luto pela queda do avião da Chapecoense, desastre que impactou o mundo.Temer prometeu vetar a anistia para o caixa 2 e outros crimes. Mas não mencionou o tema da represália à Justiça, uma das grandes aspirações de Renan Calheiros.O Brasil está diante de uma afronta espetacular: deputados investigados por corrupção determinam os limites dos próprios investigadores. Denunciar sua manobra não significa conciliar com abuso de autoridade, mas apenas enfatizar que legislaram em causa própria. No Brasil são os bandidos que determinam como e o que pode ser feito contra eles.O que existe mesmo, como ação central, é uma tentativa de neutralizar a Operação Lava Jato, sobretudo às vésperas da divulgação dos depoimentos da Odebrecht. O caminho foi interferir nas “10 Medidas Contra a Corrupção”. Interferir na proposta, na verdade, é um atributo do Congresso. Assim como não deve simplesmente carimbar medidas do governo, o Congresso não pode apenas carimbar medidas que se originam na sociedade.Não há nenhum problema em cortar exageros, em adequar ao texto constitucional, etc. A crise começa quando decidem confrontar a Lava Jato e outras investigações. Em primeiro lugar, com manobras sobre uma anistia impossível; em segundo lugar, aprovando uma lei de controle de autoridade que não pertencia à proposta original.Aliás, esse tema pertence a Renan Calheiros, com 12 investigações no Supremo Tribunal Federal. A Câmara dos Deputados antecipou-se a ele porque, com o êxito da Lava Jato, a contraofensiva parlamentar tornou-se a principal tarefa para bloquear as mudanças.Não dá. Assim como não deu para o governo transformar-se num grupinho de amigos do Geddel e pressionar para que o prédio La Vue fosse construído com 30 andares.Renan Calheiros segue sendo a maior ameaça. É curioso como um homem investigado 12 vezes coloca como sua tarefa principal controlar a Justiça. Com a votação da Câmara ele recebeu um alento. Renan e os deputados caminham para impedir que o Brasil se proteja dos assaltantes que o levaram à ruína.Renan tem influência. Há os que pensam, como ele, que é preciso torpedear a Lava Jato e há os que não ousavam combatê-lo, mas agora começam a perceber que foi longe demais. E o derrotaram no plenário do Senado, impedindo a urgência na lei da intimidação.Renan desenvolve o mesmo estilo de Eduardo Cunha, o cinismo, e usa o cargo para se proteger da polícia. Enfim, Renan delira, como Cunha delirava. A melhor saída é eles que se encontrem em Curitiba. Na ânsia de sobreviver, não hesitam em agravar a situação do País, já em crise profunda.A votação escondida num momento de luto, tudo isso é muito esclarecedor sobre a gravidade do desafio que lançaram. O sonho dourado dos políticos corruptos ainda em liberdade não é apenas deter as investigações. Eles querem reproduzir o momento anterior, em que assaltavam os cofres das estatais, vendiam artigos, emendas, frases, às vezes até um adjetivo.Romero Jucá é um craque nessa arte. Ele conseguiu passar uma lei que permite a repatriação do dinheiro de parentes de políticos. E não se expôs. Jogou apenas com a incompetência da oposição. Os membros da apodrecida cúpula do PMDB precisam ser julgados. Enquanto estiverem no poder, estarão tramando uma volta ao passado, porque é esse o território em que enriqueceram. Eles sabem que nada é tão fácil como antes, caso contrário Sérgio Cabral estaria em Paris aquecendo o bumbum em privadas polonesas.O problema no Brasil é julgar para gente com foro especial. O Supremo é um órgão atravancado por milhares de processos.Uma razão a mais para julgar os políticos investigados com urgência é que estão legislando em causa própria. Depois de tantas investigações, tanta gente na rua, é incrível que o Brasil continue sendo dirigido pelo mesmo grupo que o assaltou.É inegável que houve avanços, muito dinheiro foi restituído. Dirigentes do PT estão na cadeia, assim como alguns do principais empreiteiros do País. Entretanto, quem conseguiu escapar até agora organiza a resistência, prepara-se para o combate e só descansará quando puder de novo roubar em paz. Esta semana me lembrei do Glauber Rocha. Num de seus diálogos mais geniais, um personagem dizia: “Já não sei mais quem é o adversário”. Se a sociedade e a Justiça tiverem dúvidas sobre quem é, podem pagar caro por essa hesitação.O movimento inspirado por Calheiros e iniciado com êxito na Câmara é, no fundo, uma provocação irresponsável. O Congresso, recentemente, já foi invadido por gente indignada com a corrupção. Toda a luta pelo impeachment foi conduzida de uma forma pacífica. Todavia se torna mais difícil evitar a radicalização, uma vez que deputados e senadores já mal podiam andar pelas ruas antes mesmo de golpearem a Lava Jato.Será preciso muita habilidade e paciência para julgá-los e prendê-los. Se isso não for feito logo, o Brasil merecerá o nome que Ivan Lessa lhe dava nos seus textos bem-humorados: Bananão. Não nos deixam outro caminho senão lutar com todas as forças, como se tivéssemos sido invadidos por alienígenas de terno e gravata.Depois de nove anos, o primeiro inquérito em que Renan Calheiros é acusado finalmente entrou na pauta do Supremo para ser julgado. O silêncio dos ministros ao longo de todos esses anos contribuiu para que ele se sentisse impune. Se escolheram esta semana para absolvê-lo, então aí terão, ainda que involuntariamente, se tornado numa força auxiliar do crime político. Se condenado na primeira ação, Renan começará a arrumar as malas para Curitiba. Lá nasceram os demais inquéritos e lá já estão outros que deliram com riqueza e poder. Como Eduardo Cunha.
--“Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu" ........... Darcy Ribeiro
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
terça-feira, 1 de novembro de 2016
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
domingo, 28 de agosto de 2016
Se todos são imorais, então ninguém é...
Tudo tem um propósito claro: se todos são imorais, então ninguém é – e se apenas os petistas são condenados, então isso só pode ser “golpe”. É muito bom que tudo isso esteja sendo registrado em filme – que servirá como precioso documento da incansável vocação dos petistas para fraudar a realidade...
sábado, 30 de julho de 2016
"É o jus esperniandi, é direito dele"
"Não é fácil o que ele vai passar, não. Eu já passei por isso e sei bem. É ruim." Condenado a sete anos pelo envolvimento no caso do mensalão e preso por 14 meses, o ex-deputado Roberto Jefferson comentou dessa forma o fato de o ex-presidente Lula ter se tornado réu nesta sexta (30), acusado de tentar obstruir a Lava Jato.Jefferson acabou condenado e preso após denunciar o esquema de corrupção batizado de mensalão, em 2005, o que quase implodiu o governo do então presidente Lula. Reabilitado pelo STF em março, após um indulto de sua pena, Jefferson está de volta à política, presidindo o mesmo PTB.Na convenção do partido em São Paulo, ele foi apresentado como "o homem que mudou a história deste país".Sobre Lula, Jefferson afirmou neste sábado que o ex-presidente tenta "acusar todo mundo para se livrar". "É o jus esperniandi, é direito dele". Mas diz não se sentir vingado por isso. "Ele tem meu respeito como ser humano. Não é uma satisfação [vê-lo como réu], não desejo isso para ninguém.""Não quero julgar ninguém, desejo a ele força para que possa enfrentar isso de cabeça erguida", afirmou...
segunda-feira, 4 de julho de 2016
quinta-feira, 23 de junho de 2016
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Reprovado e agora JUBILADO!!!!
É prisão perpétua, reage defesa de Dirceu.
Criminalista Roberto Podval considera 'desproporcional' pena de 23 anos e 3 meses aplicada a ex-ministro da Casa Civil na Lava Jato.
O advogado Roberto Podval disse nesta quarta-feira, 18, que ‘é prisão perpétua’ a pena imposta pelo juiz federal Sérgio Moro ao ex-ministro-chefe da Casa Civil (Governo Lula) José Dirceu de 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Lava Jato.
“Tem caráter de prisão perpétua”, reagiu Podval.Para o criminalista, a pena, a mais alta da Lava Jato, foi aplicada ao ‘símbolo José Dirceu, ao que ele representa’.
Roberto Podval considerou ‘desproporcional’ a sanção decretada por Moro.
Criminalista Roberto Podval considera 'desproporcional' pena de 23 anos e 3 meses aplicada a ex-ministro da Casa Civil na Lava Jato.
O advogado Roberto Podval disse nesta quarta-feira, 18, que ‘é prisão perpétua’ a pena imposta pelo juiz federal Sérgio Moro ao ex-ministro-chefe da Casa Civil (Governo Lula) José Dirceu de 23 anos e 3 meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Lava Jato.
“Tem caráter de prisão perpétua”, reagiu Podval.Para o criminalista, a pena, a mais alta da Lava Jato, foi aplicada ao ‘símbolo José Dirceu, ao que ele representa’.
Roberto Podval considerou ‘desproporcional’ a sanção decretada por Moro.
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Vixi!!!...e a LIBERDADE???
O Google enfrenta uma nova ameaça em sua batalha antitruste cada vez mais ampla contra a União Europeia, depois que a agência de fotografia norte-americana Getty Images se queixou de que o gigante das buscas estava solapando deslealmente os seus negócios.A Getty apresentou nesta quarta-feira (27) queixa formal em Bruxelas, argumentando que o Google estava tentando pegar carona no negócio do fotojornalismo sem gerar conteúdo.Mais especificamente, a Getty acusou o Google Images de colher suas fotos de uma maneira que afastava tráfego do site pago da agência.Margrethe Vestager, a comissão da competição da União Europeia, já divulgou dois conjuntos de acusações contra o Google —por abuso de seu domínio das buscas na Web a fim de promover os seus serviços de compras, e de abuso de domínio de seu sistema operacional Android a fim de amarrar usuários aos apps do Google.A queixa da Getty conduz a uma terceira área de insatisfação conhecida como "scraping" [literalmente, raspagem], que envolve o uso pelo Google de conteúdo gerado por terceiros para promover os seus serviços. Entre os críticos mais ferozes do Google estão os sites de viagens, que acusaram a empresa de recolher resenhas de restaurantes e hotéis e usá-las a fim de melhorar a qualidade dos serviços de viagem da empresa.A queixa significa que a Comissão Europeia terá de chegar a uma opinião sobre a possível violação das regras de concorrência europeias. O Google se recusou a comentar especificamente sobre o caso, mas em termos mais amplos nega ter violado quaisquer normas antitruste.A Comissão Europeia havia decidido anteriormente não levar adiante acusações de scraping contra o Google. Mas diversos advogados que se opõem à empresa disseram ter recebido sinais da comissão de que essa estava mais receptiva, agora, à luz de outras queixas e das rápidas mudanças no cenário digital.Em sua queixa, a Getty argumenta que o Google abusou de seu domínio sobre as buscas de imagens para mudar "drasticamente" a maneira pela qual apresentava as fotos da agência, depois de janeiro de 2013, mostrando-as em formato grande e de alta resolução. Antes disso, elas eram exibidas nos retornos de busca em formato miniaturizado e de baixa resolução.Yoko Miyashita, a diretora jurídica da Getty, argumentou que essa nova forma de exposição desviava clientes do site da agência, no qual os clientes teriam de pagar pelas imagens, e evitava que os usuários viessem a deixar as plataformas do Google.Ela disse que "isso promove a pirataria, resulta em violações generalizadas de direitos autorais e transforma usuários em piratas acidentais".A Getty disse ter mencionado essas preocupações ao Google três anos atrás, mas que a empresa respondeu que a agência poderia ou aceitar sua nova forma de exposição de imagens ou optar por ter suas imagens excluídas das buscas, o que na prática a tornaria invisível na Web.Miyashita disse que essa não era "uma escolha viável", dada a importância do Google para a navegação na Internet.A Getty acrescentou que o Google estava ameaçando o ganha-pão de seus 200 mil colaboradores, que dependem do modelo de negócios da agência para seu sustento."Ao bloquear um preço justo de mercado para essas imagens, o Google está ameaçando a inovação e a capacidade dos artistas de bancar a criação de importantes obras futuras", afirmou Miyashita.A Getty anunciou que seu tráfego na Web despencou logo que as mudanças foram implementadas pelo google.com e google.co.uk., em 2013. O tráfego continuou robusto nos sites alemão e francês do serviço de busca, porém, que não implementaram a mudança na forma de exibição em janeiro de 2013.Diversas organizações noticiosas estão preocupadas com o scraping de conteúdo pelo Google, e advogados sugerem que é mais fácil contornar as restrições de acesso a conteúdo pago quando artigos são vistos na plataforma do Google. Os editores se queixam de que o Google se tornou o principal portal de acesso ao seu conteúdo, em lugar dos sites de suas publicações. A News Corp, que publica o "Wall Street Journal", apresentou queixa a respeito na semana passada.
domingo, 17 de abril de 2016
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Para os amigos, tudo.Para o povo a divida...
Li, estarrecido, um artigo do
abalizado constitucionalista Leonardo Sarmento, publicado no “JusBrasil” do
último dia 4 de fevereiro, que denuncia: “O BNDES patrocina ideologia
partidária, enriquece protagonistas do sistema e empobrece o Brasil”. Acesse e
leia a matéria, que vale a pena. O risco é você cair de costas.
Logo no encabeçar da matéria surge a
imagem de um imenso “iceberg” em cuja ponta aparece o “mensalão” e, quase dez
vezes maior, o “petrolão”, e - pasmem! - na parte submersa, aparece o
BNDES, com o tamanho no mínimo o suficiente para considerar o “petrolão” um
mero troco, e o “mensalão”, uma insignificante gorjeta.
Discorre o articulista dizendo que
nós sofremos uma crônica falta de infraestrutura, para cuja correção existe o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas ele financia
portos, ferrovias, estradas e outras obras necessárias. Só que ele financia
para outros países, como se estivéssemos fazendo algo em troca de um retorno
que nunca virá, ou se tivéssemos uma espécie de colônias com o dever de
desenvolvê-las.
Todos devem lembrar-se de que, desde
o primeiro governo petista, o cenário é o mesmo para personagens que a cada
hora desempenham papéis diferentes, mas dentro de um mesmo “script”. Mercadante
saiu do ministério da Educação, mas encarapitou na Casa Civil; Guido Mantega presidiu
o BNDES até 2006, quando pulou de galho e foi empoleirar-se no ministério da
Fazenda. Na sua gestão o total de empréstimos do Tesouro para esse Banco saltou
de menos de 10 bilhões para 414 bilhões de reais.
Esses empréstimos financiam
atividades de empresas brasileiras no exterior, que, até bem pouco tempo, eram
“segredo de Estado”, pois foram consideradas secretas pelo banco (o que já dava
a impressão de maracutaia, para usar um vocábulo inventado por Lula, quando era
oposição). Mas no início do segundo semestre do ano passado o Ministério
Público Federal acionou a Justiça para liberar tais informações.
E a juíza federal Adverci Mendes de
Abreu, da 20.ª Vara Federal de Brasília, considerou que a divulgação dos dados
de operações com empresas privadas “não viola os princípios que garantem o
sigilo fiscal e bancário” dos envolvidos (e a ilustre magistrada vem
incomodando o PT com suas decisões: foi ela quem, esses dias, mandou deportar o
terrorista Cesare Battisti, que Lula aninhara no Brasil, desafiando o Supremo).
A partir da decisão da intrépida
juíza, o BNDES está obrigado a fornecer dados solicitados pelo Tribunal de
Contas da União, o Ministério Público Federal e a Controladoria-Geral da União
(CGU). E aí é que a coisa começou a ganhar uma dimensão que até então era
sequer imaginada: descobriu-se que o BNDES concedera mais de 3.000 empréstimos
para a construção de usinas, portos, rodovias e aeroportos no exterior.
Só uma amostra para o leitor se
estarrecer junto comigo: as obras que o banco considerou estarem aptas a
receber investimentos financiados por recursos brasileiros são obras tocadas
por empresas flagradas pela “Operação Lava-Jato”, figurinhas conhecidas no
lamaçal da corrupção.
A Odebrecht obteve financiamentos de
957 milhões de dólares para o Porto de Mariel (Cuba), 243 milhões de dólares
para a Hidrelétrica de San Francisco e 124,8 milhões de dólares para a
Hidrelétrica de Manduruacu, ambas no Equador; 320 milhões de dólares para a
Hidrelétrica de Cheglla, no Peru; um bilhão de dólares para o Metrô da Cidade
do Panamá e 152,8 milhões de dólares para a Autopista Madden-Colón, ambas as
obras no Panamá; um bilhão e 500 milhões para Soterramento do Ferrocarril
Sarmiento, ambos na Argentina; 732 milhões de dólares para as Linhas 3 e 4 do Metrô
de Caracas e 1 bilhão e 200 milhões para a segunda ponte sobre o rio Orinoco,
na Venezuela; 200 milhões de dólares para o Aeroporto de Nacala e 220 milhões
para o BRT de Maputo, ambas as obras em Moçambique.
A OAS foi contemplada com 180 milhões
de dólares para o Aqueduto de Chaco, na Argentina e a Andrade Gutiérrez, com
450 milhões de dólares para Barragem de Moamba Major, em Moçambique. E assim,
aparecem outras empreiteiras, como a Queiroz Galvão, com obra na Nicarágua
(Hidrelétrica de Tumarin), ao custo de um bilhão e cem milhões de dólares, e
199 milhões de dólares em obra na Bolívia (Projeto Hacia El Norte –
Rurrenabaque-El-Chorro), sem se falar em outras obras no Peru e no Uruguai.
Percebe-se que a “Lava-Jato” vem apenas se antecipando na revelação dos
colaboradores da quadrilha.
E isto foi apenas uma minúscula parte
que se soube, pois o BNDES, alegando “sigilo necessário”, só revelou os
beneficiários de 18% dos empréstimos. E foram mais de três mil. E
recentissimamente, Dilma esteve, de araque, na posse de um “companheiro” na
presidência do Uruguai, quando, na verdade, foi acertar com o colega Tabaré
Vasquez a construção de um porto naquele país companheiro, ao custo de um
bilhão de dólares, dinheiro do BNDES.
Com o Brasil atravessando uma crise sem
precedentes, totalmente sucateado, é estranho que tais obras em países sem
qualquer perspectiva de parceria útil, apenas unidos por ideologia, estejam
jogando pelo ralo nosso minguado dinheirinho.
E o que nos assusta é saber que,
malgrado a boa vontade do Ministério Público e o verdadeiro heroísmo da Polícia
Federal, estamos desesperançados com tanta corrupção, sem saber a quem
recorrer.
Em carta de 798 d.C, Alcuin de York
advertiu Carlos Magno: “Vox populi, vox Dei”. Mas vamos provar muito em breve
que “a voz do povo é a voz de Deus”. O povo que elegeu será o mesmo povo que
tomará de volta o poder.
Liberato Póvoa
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Cambada...
Estão convocando uma passeata para o
dia 13, num domingo. Mau dia, devia ser na segunda, 14, dia em que se trabalha.
Sei só isso. E já sou contra. Acho que deveríamos fazer uma grande passeata,
claro... Mas junto, uma Greve Geral.
Vivemos numa situação-limite. Impixe
resolve? Em princípio, forçar essa mulher maldita a renunciar já seria um
progresso. Mas em que direção? O que desejamos, qual nossa palavra de ordem?
O Moro está trabalhando, na toada
dele. As forças armadas nem se mexem para não fazer barulho. A economia
despenca no abismo. A hiper-inflação desperta, o dragão (dragoa, segundo a
dilma?) vem trotando aceleradamente, as ventas em fogo. Empresas fecham,
empregos acabam.
O pt infectou o legislativo,
comprando consciências. Tudo fede. O stf, ninguém bota fé, gorou, é petista. O
executivo, os peemebistas, todos servos, fervendo em negociatas sigilosas. E a
Dona Louca pendurada ao poder pela dentuça, fazendo o inimaginável para seguir
presidenta - sempre sem escrúpulo.
Impossível resumir nossa tragédia em
meia dúzia de linhas. Precisava de um livro grosso. O fantasma da Venezuela
voeja por cima de nossas cabeças. Dar um tiro naquela senhora, explodir o Lula,
adiantava? Não.
Nosso problema não é tão fácil.
Corta-se a cabeça da hidra e ela tem mais milhares de outras escondidas dentro
dos armários. Tem os sindicatos mercenários. O MST armado. Os bancos cúmplices,
ostentando lucros escandalosos. Os acordos militares secretos, trampando
alianças espúrias. O dinheiro frio, o congresso negociando o retorno legal da
grana da corrupção.
Será que o Brasil aguenta? Será que o
corpo doente da nação vai sobreviver sem uma cirurgia profunda, que precisa
amputar os pedaços apodrecidos? Estamos numa pré guerra civil? Difícil ter boas
respostas.
Mas uma Greve Geral, nossa primeira
contra essa máfia do pt, com todo mundo na rua, pode ajudar. Quem sabe até
desperte uma eventual oposiçãozinha.
Mas nosso maior problema continua,
intocado: o QUE queremos? E COMO queremos o que queremos?
Enio Mainardi
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
sábado, 23 de janeiro de 2016
So a morte, nao tem jeito...
Em oportuno artigo publicado no jornal Valor Econômico
nesta sexta-feira, os ex-conselheiros da Petrobras Mauro Rodrigues da
Cunha e José Guimarães Monforte fazem uma síntese precisa dos erros que
levaram à ruína da estatal, lançam um lúcido chamado a sua "reinvenção" e
não se furtam a propor medidas concretas para tirar a empresa do
buraco. "É chegada a hora de repensar a Petrobras de maneira radical",
escrevem.
De maneira didática, a dupla identifica quatro frentes de degradação da companhia: 1) a "pseudopolítica de preços suicida, que logrou ao mesmo tempo fragilizar a companhia, inviabilizar o modelo competitivo preceituado pela Lei do Petróleo e pela Lei do Cade e paralisar a indústria do etanol"; 2) o "plano de investimentos megalomaníaco, onde os números eram recorrentemente torturados para justificar o injustificável"; 3) a "estrutura ideológica de protecionismo", que criou um 'mercado' onde "o único comprador precisava comprar muito, e era limitado a um universo restrito de fornecedores"; 4) e o aparelhamento, com consequente desprestígio de um excelente quadro técnico, que resultou na saída de bons profissionais. Embora atravesse todas as quatro frentes, a corrupção não é tratada como fonte principal da ruína da empresa. "Ela é, ao mesmo tempo, causa e consequência", escrevem.
Cunha e Monforte lembram que, embora a situação da companhia pareça hoje dramática, a tragédia começou a ser gestada há mais de dez anos. "O balanço e o plano de negócios da Petrobras já eram inviáveis com o petróleo a US$ 70, mas esses fatos poderiam ser disfarçados por muito tempo, principalmente considerando-se a complacência do mercado, que financiou tudo isso por tanto tempo", escrevem. Por isso, argumentam, deve-se comemorar o tombo das cotações. "O petróleo a US$ 30 atua como um 'wake up call'."
E, no entanto, não parece que a atual administração da empresa tenha acordado. "Em que pesem os novos planos anunciados, não se consegue responder à principal pergunta: afinal, para onde vai a Petrobras?", explicam. O quadro que os ex-conselheiros desenham é desolador: "Temos uma companhia sem direção, com um corpo técnico machucado, ameaçado pela reestruturação e liderado por uma diretoria indicada em grande parte pela administração anterior, e de forma interina. Não há qualquer garantia que seus membros - para não falar todas as áreas da companhia - compartilhem algo próximo de uma visão sobre o futuro da Petrobras."
Profundos conhecedores da companhia, Cunha e Monforte fazem duras críticas ao programa de venda de ativos, que "pode representar a perda de uma oportunidade de ouro de reestruturação setorial". Eles citam como exemplo o caso da alienação de participações em distribuidoras de gás e alertam: "Provavelmente estamos falando do maior programa de privatização da história, sendo executado de forma independente por uma companhia sem os processos, transparência e controle que, por exemplo, marcaram a venda de ativos públicos no passado."
Hora da verdade - Cunha e Monforte pertenceram ao conselho de administração da Petrobras como representantes dos acionistas minoritários, nas vagas destinadas respectivamente a detentores de ações ordinárias (com direito a voto) e preferenciais (sem direito a voto). Sabem, portanto, do que falam. Ambos deixaram o colegiado no primeiro semestre de 2015, pouco após a chegada de Aldemir Bendine à presidência da estatal, no lugar de Graça Foster. De saída, Cunha apontou em carta sua "frustração pessoal com a incapacidade do acionista controlador (a União) em agir com o devido grau de urgência para a reversão dos inúmeros problemas que trouxeram a Petrobras a sua atual situação".
Intitulado "A hora da verdade - reinventar a Petrobras", o artigo publicado nesta sexta-feira renova as críticas e propõe que a empresa seja repensada sob três aspectos, que se traduzem em três perguntas: "gerencial (qual tamanho de empresa pode ser administrado racionalmente?), estratégico (quais são as sinergias efetivamente valiosas a se manter integradas?) e de interesse nacional (queremos depender tanto de uma só empresa?)."
Após condenar o gigantismo inadministrável da estatal, os ex-conselheiros defendem que ela seja dividida em várias empresas, conforme a lógica de cada segmento - o setor de refino, por exemplo, pressupõe muitos competidores, ou não se cumpre o objetivo previsto na Lei do Petróleo de promover a livre concorrência. Feita a divisão, a dupla pondera, "a decisão sobre a manutenção do controle estatal de cada uma das empresas seria uma discussão em separado, que a sociedade precisaria enfrentar". "O desenho teria a vantagem de otimizar a gestão de um dos setores mais relevantes da nossa economia, trazendo transparência e produtividade. Em outras palavras, gerando valor, que é a única forma de se pagar a monumental dívida que foi imposta pelo governo à Petrobras."
O artigo termina esperançoso de que mudanças para valer possam de fato resgatar a companhia. "E o Brasil, finalmente, deixaria de ser refém de uma única empresa que, como vimos, pode cair nas garras de agentes nem um pouco alinhados com o interesse público que levou à sua criação em 1953."
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/ex-conselheiros-fazem-chamado-a-reinvencao-da-petrobras
De maneira didática, a dupla identifica quatro frentes de degradação da companhia: 1) a "pseudopolítica de preços suicida, que logrou ao mesmo tempo fragilizar a companhia, inviabilizar o modelo competitivo preceituado pela Lei do Petróleo e pela Lei do Cade e paralisar a indústria do etanol"; 2) o "plano de investimentos megalomaníaco, onde os números eram recorrentemente torturados para justificar o injustificável"; 3) a "estrutura ideológica de protecionismo", que criou um 'mercado' onde "o único comprador precisava comprar muito, e era limitado a um universo restrito de fornecedores"; 4) e o aparelhamento, com consequente desprestígio de um excelente quadro técnico, que resultou na saída de bons profissionais. Embora atravesse todas as quatro frentes, a corrupção não é tratada como fonte principal da ruína da empresa. "Ela é, ao mesmo tempo, causa e consequência", escrevem.
Cunha e Monforte lembram que, embora a situação da companhia pareça hoje dramática, a tragédia começou a ser gestada há mais de dez anos. "O balanço e o plano de negócios da Petrobras já eram inviáveis com o petróleo a US$ 70, mas esses fatos poderiam ser disfarçados por muito tempo, principalmente considerando-se a complacência do mercado, que financiou tudo isso por tanto tempo", escrevem. Por isso, argumentam, deve-se comemorar o tombo das cotações. "O petróleo a US$ 30 atua como um 'wake up call'."
E, no entanto, não parece que a atual administração da empresa tenha acordado. "Em que pesem os novos planos anunciados, não se consegue responder à principal pergunta: afinal, para onde vai a Petrobras?", explicam. O quadro que os ex-conselheiros desenham é desolador: "Temos uma companhia sem direção, com um corpo técnico machucado, ameaçado pela reestruturação e liderado por uma diretoria indicada em grande parte pela administração anterior, e de forma interina. Não há qualquer garantia que seus membros - para não falar todas as áreas da companhia - compartilhem algo próximo de uma visão sobre o futuro da Petrobras."
Profundos conhecedores da companhia, Cunha e Monforte fazem duras críticas ao programa de venda de ativos, que "pode representar a perda de uma oportunidade de ouro de reestruturação setorial". Eles citam como exemplo o caso da alienação de participações em distribuidoras de gás e alertam: "Provavelmente estamos falando do maior programa de privatização da história, sendo executado de forma independente por uma companhia sem os processos, transparência e controle que, por exemplo, marcaram a venda de ativos públicos no passado."
Hora da verdade - Cunha e Monforte pertenceram ao conselho de administração da Petrobras como representantes dos acionistas minoritários, nas vagas destinadas respectivamente a detentores de ações ordinárias (com direito a voto) e preferenciais (sem direito a voto). Sabem, portanto, do que falam. Ambos deixaram o colegiado no primeiro semestre de 2015, pouco após a chegada de Aldemir Bendine à presidência da estatal, no lugar de Graça Foster. De saída, Cunha apontou em carta sua "frustração pessoal com a incapacidade do acionista controlador (a União) em agir com o devido grau de urgência para a reversão dos inúmeros problemas que trouxeram a Petrobras a sua atual situação".
Intitulado "A hora da verdade - reinventar a Petrobras", o artigo publicado nesta sexta-feira renova as críticas e propõe que a empresa seja repensada sob três aspectos, que se traduzem em três perguntas: "gerencial (qual tamanho de empresa pode ser administrado racionalmente?), estratégico (quais são as sinergias efetivamente valiosas a se manter integradas?) e de interesse nacional (queremos depender tanto de uma só empresa?)."
Após condenar o gigantismo inadministrável da estatal, os ex-conselheiros defendem que ela seja dividida em várias empresas, conforme a lógica de cada segmento - o setor de refino, por exemplo, pressupõe muitos competidores, ou não se cumpre o objetivo previsto na Lei do Petróleo de promover a livre concorrência. Feita a divisão, a dupla pondera, "a decisão sobre a manutenção do controle estatal de cada uma das empresas seria uma discussão em separado, que a sociedade precisaria enfrentar". "O desenho teria a vantagem de otimizar a gestão de um dos setores mais relevantes da nossa economia, trazendo transparência e produtividade. Em outras palavras, gerando valor, que é a única forma de se pagar a monumental dívida que foi imposta pelo governo à Petrobras."
O artigo termina esperançoso de que mudanças para valer possam de fato resgatar a companhia. "E o Brasil, finalmente, deixaria de ser refém de uma única empresa que, como vimos, pode cair nas garras de agentes nem um pouco alinhados com o interesse público que levou à sua criação em 1953."
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/ex-conselheiros-fazem-chamado-a-reinvencao-da-petrobras
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Feliz 2016...sentiremos saudades de 2015
Carlos Maurício Mantiqueira
Tenha algum dinheiro em espécie em casa. Não muito; o
suficiente para viver dois meses. Atualmente as crises são cada vez mais
violentas e mais curtas.
Tenha alimentos em casa. Não muito; o suficiente para
viver dois meses. Feito o estoque, continue comprando nos supermercados de
forma habitual.
Consuma o produto com data de validade mais curta e guarde
o com data mais longa. Não conte aos vizinhos sobre isto. Em caso de calamidade
eles saquearão sua casa.
Tenha medicamentos em casa.
O colapso do desgoverno será brutal e inesperado.
Com o agravamento da crise, queda na arrecadação, aumento
do desemprego e surgimento de novos escândalos ou revelações, o congresso nada
votará (aumento de impostos, “ajustes”, diminuição de gastos, etc.
A classe política está podre. Sabe que cairá mais cedo ou
mais tarde. Prefere mais tarde.
A mídia amestrada perdeu a credibilidade. Surgirão novos
jornalistas independentes.
Se não houver intervenção constitucional, haverá guerra
civil.
Atualize sua agenda de contatos. Dê prioridade para os
parentes e amigos médicos.
Obtenha o endereço residencial de todos eles. Só e-mail e
telefone não bastam. Lembrem-se que os bandidos podem cortar a energia
elétrica, as comunicações telefônicas e a internet (como já aconteceu com o
WhatsApp).
Mantenha sempre cheio o tanque de combustível de seu
carro.
Não ostente na forma de se vestir.
Se tiver fé, reze.
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