domingo, 29 de julho de 2012

Quer criar uma nacao de escravos? Nada de MATEMATICA.

A falência do ensino da matemática

Por João Vinhosa

Em meados de 2011, recebi um telefonema de uma mãe, desesperada, perguntando quanto eu cobraria para dar aulas particulares de matemática para seu filho.

Ela tinha ouvido a entrevista por mim dada ao Programa Adilson Ribeiro, na Rádio Itaperuna. Em tal entrevista, eu havia me oferecido para ensinar matemática básica, gratuitamente, a grupos de alunos de escolas públicas. Além disso, na entrevista, eu havia afirmado que não dava aulas particulares em razão de um inconciliável conflito de interesses: a aula particular é cara para o aluno e barata para o professor.

Dona Gisele, a mãe do menino, disse que resolveu me procurar pelo fato de eu ter afirmado que os pais nunca devem culpar os filhos antes de verificarem as razões que levaram a criança a detestar a matemática, pois, na maioria das vezes, a culpa não é da criança, e, sim, de algum professor, o atual, ou um ex-professor.

Então, ela explicou-me que estava à espera do resultado do eletro encefalograma que havia mandado fazer no filho para saber se o menino tinha algum problema neurológico. Falou-me que já havia levado o filho ao oftalmologista, e o mesmo constatou não haver problema de vista. Informou-me, ainda, que mandou fazer tais exames no filho porque a professora havia afirmado que o menino, de apenas oito anos, tinha alguma deficiência que o incapacitava para a matemática.

Resolvi ajudar, sensibilizado pela perturbação que as “deficiências matemáticas” estavam causando na vida da família (a mãe já estava à beira de um colapso nervoso, e o filho já não mais agüentava a pressão a que estava sendo submetido).

Ao final, o problema foi resolvido a contento, e, como esperado, o resultado do eletro encefalograma também não detectou nenhuma anomalia. O menino é sadio. Como em outros casos semelhantes, quem precisa de médico é a professora.

O caso acima relatado me remete ao objetivo deste artigo, que é falar das deficiências do ensino da matemática. Tratarei, aqui, de dois aspectos do complexo problema: a qualidade dos livros distribuídos pelo MEC e o nível de capacitação dos alunos de escolas públicas.

Qualidade dos livros do MEC

Falarei do livro didático adotado para o 3° ano da Escola Chequer Jorge, de Itaperuna-RJ. Tomei conhecimento dele por ser o livro utilizado pelo jovenzinho de oito anos, que foi julgado incapaz de seguir os ensinamentos.

Tomei um susto com o livro de – pasmem! – 264 páginas. Repleto de figuras, desenhos e gráficos, o livro distribuído pelo MEC contém palavras e expressões que atemorizam os alunos. A seguir, darei alguns exemplos.

Na página 5, o livro apresenta os “ícones utilizados” para indicar “trabalhos com temas transversais” como “formação cidadã” e “pluralidade cultural”.

Na página 7, o livro indica o que será visto na unidade referente à “localização e simetria”. Coisas como “trajetos em malhas quadriculadas”, “simétrica de uma figura”, “padrões” e “mosaicos”.

Na página 41, é pedido para encontrar o resultado de uma adição usando a “reta numérica”.

Nas páginas 80 e 81, nossos pequeninos fazem uma viagem ao mundo dos “pictogramas”.

As páginas 204 e 205 são dedicadas a um estudo da “árvore de possibilidades”. Francamente, temi que o livro fizesse uma iniciação à análise combinatória. Meu temor não foi confirmado; no entanto, na página 260, o autor não resiste, e propõe o seguinte problema para a garotada de oito anos: “Com 2 blusas e 3 saias, quantas são as possibilidades de combinação para a escolha de 1 blusa e de 1 saia?”.

Após farta utilização de termos não familiares aos iniciantes – “ábaco”, “algoritmo usual da divisão”, “tempo de gestação dos animais”, “estratégia”, “simetria”, “polígono”, “vértice”, “gráficos”, etc. – o autor se supera, e, das páginas 250 a 255, leva a galera à loucura, ao apresentar coisas como “planificação de um prisma de base pentagonal”, “planificação de uma pirâmide de base hexagonal” e “planificação de um cilindro”.

Feito esses breves comentários sobre o livro que o MEC está distribuindo para nossos garotos de 8 anos, passo ao outro aspecto da questão.

Nível de capacitação dos alunos de escolas públicas

Em meados de 2011, me ofereci para aplicar, gratuitamente, um cursinho de matemática básica aos alunos que estivessem cursando o 8° e 9° período em dois determinados colégios municipais (Ligiéro e Nossa Senhora das Graças) localizados em Itaperuna-RJ.

A proposta era estudar toda a álgebra (equação de primeiro grau, sistema de equações e equação de segundo grau) e as ferramentas necessárias à resolução de problemas da matéria (frações, números relativos, potências, raízes, etc.), atentando para uma verdade incontestável: a principal razão das dificuldades encontradas no aprendizado de matemática é o fato de – para se entender determinada parte da matéria – ser necessário o conhecimento anterior de assuntos a ela interligados.

Resumidamente, dois foram os princípios obedecidos no planejamento do curso. Primeiro: a única maneira de uma pessoa se capacitar em matemática é “entendendo” a matéria, o que significa que não existem “métodos milagrosos”. Segundo: para que se “entenda” matemática de maneira rápida e eficiente, o estudo tem que ser feito “a partir do zero”, selecionando o que, de fato, é importante.

Para concretizar a proposta, escrevi todo o material didático na ordem que achei mais conveniente ao completo entendimento da matéria; além de trocar a ordem normalmente usada nas grades escolares, tirei todo o “lixo” do caminho.

Como os pré-requisitos para participar do cursinho eram o domínio das quatro operações e a capacidade de ler e interpretar pequenos textos (para saber o que um problema dá, e o que ele pede), os candidatos tiveram que se submeter a uma prova por mim preparada e corrigida. Em consonância com seu objetivo, a prova de seleção constou de vinte pequenos problemas a serem resolvidos em vinte minutos

Trezentos jovens, na faixa de 13 a 15 anos de idade, participaram da prova. 14 alunos foram selecionados, por terem acertado as 20 questões propostas. Por outro lado, uma preocupante situação ficou exposta: 197 dos 300 alunos que competiram não conseguiram acertar mais que 14, das 20 questões da prova.

Tal fato demonstra que 2 em cada 3 alunos não têm a mínima condição de entender as aulas de matemática que estão sendo dadas nos citados colégios, por melhor que sejam seus atuais professores.

Incontestavelmente, a culpa não é dos alunos, nem dos atuais professores, mas sim do sistema, que facilitou, em anos anteriores, a aprovação de alunos despreparados.

Pior: com toda a certeza, tais despreparados alunos serão “empurrados” para frente até fazerem jus às vagas reservadas no nível superior pelo sistema de cotas. Tudo, sob as vistas complacentes de nossas autoridades da área de educação.

Conclusão

Por certo, o problema que foi comprovado com essa pesquisa prática realizada junto aos jovens de escola pública de Itaperuna-RJ se repete por todo o país, formando uma geração prejudicada.

Diante desse cenário desolador, válido torna-se concluir: é impossível resgatar esses alunos – que, hoje, circulam como autênticos zumbis dentro das salas de aula – sem a disponibilização de um curso básico de matemática que seja rápido e eficiente. Contudo, uma coisa deve ser ressaltada: em nenhum momento, o “entendimento”, aspecto indispensável ao domínio da Matemática, pode ser prejudicado pela busca da rapidez e da eficiência. E, devido ao fato de existir uma interligação entre diversas partes da matemática, tal curso deve capacitar seus participantes a partir dos conhecimentos mais elementares da matéria

terça-feira, 24 de julho de 2012

Os olhos de quem le...

Os militares e a Memória Nacional

Por Olavo de Carvalho

Como todos os meninos da escola na minha época, eu não podia cantar o Hino Nacional ou prestar um juramento à bandeira sem sentir que estava participando de uma pantomima. A gente ria às escondidas, fazia piadas, compunha paródias escabrosas.

Os símbolos do patriotismo, para nós, eram o supra-sumo da babaquice, só igualado, de longe, pelos ritos da Igreja Católica, também abundantemente ridicularizados e parodiados entre a molecada, não raro com a cumplicidade dos pais. Os professores nos repreendiam em público, mas, em segredo, participavam da gozação geral.

Cresci, entrei no jornalismo e no Partido Comunista, freqüentei rodas de intelectuais.

Fui parar longe da atmosfera da minha infância, mas, nesse ponto, o ambiente não mudou em nada: o desprezo, a chacota dos símbolos nacionais eram idênticos entre a gente letrada e a turminha do bairro.

Na verdade, eram até piores, porque vinham reforçados pelo prestígio de atitudes cultas e esclarecidas. Graciliano Ramos, o grande Graciliano Ramos, glória do Partidão, não escrevera que o Hino era "uma estupidez"?

Mais tarde, quando conheci os EUA, levei um choque. Tudo aquilo que para nós era uma palhaçada hipócrita os americanos levavam infinitamente a sério.

Eles eram sinceramente patriotas, tinham um autêntico sentimento de pertinência, de uma raiz histórica que se prolongava nos frutos do presente, e viam os símbolos nacionais não como um convencionalismo oficial, mas como uma expressão materializada desse sentimento.

E não imaginem que isso tivesse algo a ver com riqueza e bem-estar social. Mesmo pobres e discriminados se sentiam profundamente americanos, orgulhosamente americanos, e, em vez de ter raiva da pátria porque ela os tratava mal, consideravam que os seus problemas eram causados apenas por maus políticos que traíam os ideais americanos.

Correspondi-me durante anos com uma moça negra de Birmingham, Alabama. Ali não era bem o lugar para uma moça negra se sentir muito à vontade, não é mesmo?

Mas se vocês vissem com que afeição, com que entusiasmo ela falava do seu país! E não só do seu país: também da sua igreja, da sua Bíblia, do seu Jesus. Em nenhum momento a lembrança do racismo parecia macular em nada a imagem que ela tinha da sua pátria.

A América não tinha culpa de nada. A América era grande, bela, generosa. A maldade de uns quantos não podia afetar isso em nada. Ouvi-la falar de matava de vergonha.

Se alguém no Brasil dissesse essas coisas, seria exposto imediatamente ao ridículo, expelido do ambiente como um idiota-mor ou condenado como reacionário um integralista, um fascista.

Só dois grupos, neste país, falavam do Brasil no tom afetuoso e confiante com que os americanos falavam da América.

O primeiro era os imigrantes: russos, húngaros, poloneses, judeus, alemães, romenos. Tinham escapado ao terror e à miséria de uma das grandes tiranias do século (alguns, das duas), e proclamavam, sem sombra de fingimento: "Este é um país abençoado!" Ouvindo-nos falar mal da nossa terra, protestavam: "Vocês são doidos.

Não sabem o que têm nas mãos". Eles tinham visto coisas que nós não imaginávamos, mediam a vida humana numa outra escala, para nós aparentemente inacessível. Falávamos de miséria, eles respondiam: "Vocês não sabem o que é miséria".Falávamos de ditadura, eles riam: "Vocês não sabem o que é ditadura".

No começo isso me ofendia. "Eles acham que sabem tudo", dizia com meus botões. Foi preciso que eu estudasse muito, vivesse muito, viajasse muito, para entender que tinha razão, mais razão do que então eu poderia imaginar.

A partir do momento em que entendi isso, tornei-me tão esquisito, para meus conterrâneos como um estoniano ou húngaro, com sua fala embrulhada e seu inexplicável entusiasmo pelo Brasil, eram então esquisitos para mim.

Digo, por exemplo, que um país onde um mendigo pode comer diariamente um franco assado por dois dólares é um país abençoado, e as pessoas querem me bater.

Não imaginam o que possa ter sido sonhar com um frango na Rússia, na Alemanha, na Polônia, e alimentar-se de frangos oníricos.

Elas acreditam que em Cuba os frangos dão em árvores e são propriedade pública. Aqueles velhos imigrantes tinham razão: o brasileiro está fora do mundo, tem uma medida errada da realidade.

O outro grupo onde encontrei um patriotismo autêntico foi aquele que, sem conhecê-lo, sem saber nada sobre ele exceto o que ouvia de seus inimigos, mais temi e abominei durante duas décadas: os militares.

Caí no meio deles por mero acaso, por ocasião de um serviço editorial que prestava para a Odebrecht que me pôs temporariamente de editor de texto de um volumoso tratado O Exército na História do Brasil.

A primeira coisa que me impressionou entre os militares foi sua preocupação sincera, quase obsessiva, com os destinos do Brasil.

Eles discutiam os problemas brasileiros como quem tivesse em mãos a responsabilidade pessoal de resolvê-los. Quem os ouvisse sem saber que eram militares teriam a impressão de estar diante de candidatos em plena campanha eleitoral, lutando por seus programas de governo e esperando subir nas pesquisas junto com a aprovação pública de suas propostas.

Quando me ocorreu que nenhum daqueles homens tinha outra expectativa ou possibilidade de ascensão social senão as promoções que automaticamente lhes viriam no quadro de carreira, no cume das quais nada mais os esperava senão a metade de um salário de jornalista médio percebi que seu interesse pelas questões nacionais era totalmente independente da busca de qualquer vantagem pessoal.

Eles simplesmente eram patriotas, tinham o amor ao território, ao passado histórico, à identidade cultural, ao patrimônio do país, e consideravam que era do seu dever lutar por essas coisas, mesmo seguros de que nada ganhariam com isso senão antipatias e gozações.

Do mesmo modo, viam os símbolos nacionais - o hino, a bandeira, as armas da República - como condensações materiais dos valores que defendiam e do sentido de vida que tinham escolhido. Eles eram, enfim, "americanos" na sua maneira de amar a pátria sem inibições.

Procurando explicar as razões desse fenômeno, o próprio texto no qual vinha trabalhando me forneceu uma pista.

O Brasil nascera como entendida histórica na Batalha dos Guararapes, expandira-se e consolidara sua unidade territorial ao sabor de campanhas militares e alcançara pela primeira vez, um sentimento de unidade autoconsciente por ocasião da Guerra do Paraguai, uma onda de entusiasmo patriótico hoje dificilmente imaginável.

Ora, que é o amor à pátria, quando autêntico e não convencional, senão a recordação de uma epopéia vivida em comum?

Na sociedade civil, a memória dos feitos históricos perdera-se, dissolvida sob o impacto de revoluções e golpes de Estado, das modernizações desaculturantes, das modas avassaladoras, da imigração, das revoluções psicológicas introduzidas pela mídia.

Só os militares, por força da continuidade imutável das suas instituições e do seu modo de existência, haviam conservado a memória viva da construção nacional.

O que para os outros eram datas e nomes em livros didáticos de uma chatice sem par, para eles era a sua própria história, a herança de lutas, sofrimentos e vitórias compartilhadas, o terreno de onde brotava o sentido de suas vidas.

O sentimento de "Brasil", que para os outros era uma excitação epidérmica somente renovada por ocasião do carnaval ou de jogos de futebol (e já houve até quem pretendesse construir sobre essa base lúdica um grotesco simulacro de identidade nacional), era para eles o alimento diário, a consciência permanentemente renovada dos elos entre passado, presente e futuro.

Só os militares eram patriotas porque só os militares tinham consciência da história da pátria como sua história pessoal.

Daí também outra diferença. A sociedade civil, desconjuntada e atomizada, é anormalmente vulnerável a mutações psicológicas que induzidas do Exterior ou forçadas por grupos de ambiciosos intelectuais ativistas apagam do dia para a noite a memória dos acontecimentos históricos e falseiam por completo a sua imagem do passado.

De uma geração para outra, os registros desaparecem, o rosto dos personagens é alterado, o sentido todo do conjunto se perde para ser substituído, do dia para a noite, pela fantasia inventada que se adapte melhor aos novos padrões de verossimilhança impostos pela repetição de slogans e frases-feitas.

Toda a diferença entre o que se lê hoje na mídia sobre o regime militar e os fatos revelados no site de Ternuma vem disso. Até o começo da década de 80, nenhum brasileiro, por mais esquerdista que fosse, ignorava que havia uma revolução comunista em curso, que essa revolução sempre tivera respaldo estratégico e financeiro de Cuba e da URSS, que ele havia atravessado maus bocados em 1964 e tentara se rearticular mediante as guerrilhas, sendo novamente derrotada.

Mesmo o mais hipócrita dos comunistas, discursando em favor da "democracia", sabia perfeitamente a nuance discretamente subentendida nessa palavra, isto é, sabia que não lutava por democracia nenhuma, mas pelo comunismo cubano e soviético, segundo as diretrizes da Conferência Tricontinental de Havana.

Passada uma geração tudo isso se apagou. A juventude, hoje, acredita piamente que não havia revolução comunista nenhuma, que o governo João Goulart era apenas um governo normal eleito constitucionalmente, que os terroristas da década de 70 eram patriotas brasileiros lutando pela liberdade e pela democracia.

No Brasil, a multidão não tem memória própria. Sua vida é muito descontínua, cortada por súbitas mutações modernizadoras, não compensadas por nenhum daqueles fatores de continuidade que preservava a identidade histórica do meio militar.

Não há cultura doméstica, tradições nacionais, símbolos de continuidade familiar. A memória coletiva está inteiramente a mercê de duas forças estranhas: a mídia e o sistema nacional de ensino.

Quem dominar esses dois canais mudará o passado, falseará o presente e colocará o povo no rumo de um futuro fictício. Por isso o site de Ternuma é algo mais que a reconstituição de detalhes omitidos pela mídia.

É uma contribuição preciosa à reconquista da verdadeira perspectiva histórica de conjunto, roubada da memória brasileira por manipuladores maquiavélicos, oportunistas levianos e tagarelas sem consciência.

Perguntam-me se essa contribuição vem dos militares? Bem, de quem mais poderia vir?

Olavo de Carvalho

http://www.alertatotal.net/2012/07/os-militares-e-memoria-nacional.html

quinta-feira, 5 de julho de 2012

CORINTHIANS

05/07/2012 - 03h03

O maior dos campeões

Campeão invicto, o Corinthians se iguala ao Santos de 1963, embora Pelé & cia tenham jogado apenas quatro jogos --uma vitória e um empate com o Botafogo, sem Mané Garrincha, e duas vitórias sobre o Boca Juniors.
Agora, só sete clubes ganharam sem derrota --e desde 1978 que a façanha não era atingida.
O Corinthians, como se sabe, disputou e não perdeu nenhum dos 14 jogos. E deixou pelo caminho o Vasco campeão de 1998, o Santos tri e o Boca hexa. Certamente este time corintiano não é o melhor dos campeões brasileiros na Libertadores, mas se tornou o maior deles.
Porque o Santos de Pelé, o Cruzeiro de 1976, o Flamengo de Zico, o São Paulo de Telê Santana e Raí, o Palmeiras de Felipão e Alex, o São Paulo de Paulo Autuori e Rogério Ceni de 2005 e o Santos de Neymar no ano passado tinham times melhores, assim como o bicampeão Inter era do mesmo nível e por aí afora.
Verdade que o Grêmio, em 1983, também superou três campeões: Flamengo, Estudiantes e Peñarol. Que o Vasco, em 1998, passou por Grêmio, Cruzeiro e River Plate.
Que o Palmeiras, em 1999, derrotou Olimpia, Vasco e River Plate.
E que o Santos, no ano passado, eliminou Colo-Colo, Once Caldas e Peñarol.
Mas o Corinthians venceu campeões maiores, que somam dez títulos --e invicto o dobro de jogos dos maiores invictos.
Sim, o próprio Corinthians, com times superiores, não conseguiu ganhar no começo do século, o que apenas aumenta a façanha deste time que Tite conduziu com serenidade.
Oswaldo Brandão e Basílio, em 1977; Nelsinho Baptista e Neto, em 1990; Osvaldo de Oliveira e um timaço em 2000 têm agora companhia ilustre e cada um escolherá o seu herói.
Ralf que fez o gol do empate no último minuto na estreia e evitou uma crise.
Paulinho que fez no Vasco e roubou de Riquelme. Emerson e Danilo que despacharam o Santos.
Romarinho!
Cássio, Chicão e Leandro Cástan, todos que permitiram ao Corinthians sofrer tão poucos gols.
E a Fiel, é claro, que mais uma vez transbordou num Pacaembu que está se despedindo da vida do Timão, mas que entrou em sua história no IV Centenário de São Paulo, em 1954, sob a batuta de Cláudio, Luizinho e Baltazar para sair em grande estilo quase 60 anos depois.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/jucakfouri/1115388-o-maior-dos-campeoes.shtml